Por: Adalberto Luque
Por volta das 23h deste sábado (21), o juiz José Roberto Bernardi Liberal anunciou que Guilherme Longo foi condenado a 40 anos em regime fechado pela morte de Joaquim Ponte Marques, de três anos, em 05 de novembro de 2013. Após quase 10 anos, chegava ao fim o julgamento dos envolvidos em um dos crimes de maior comoção na história de Ribeirão Preto. Natália Ponte, a mãe, foi absolvida.
O último dia de julgamento começou às 10h e foi marcado pela sustentação oral dos advogados de defesa e acusação. Foram mais de 12 horas de sessão.
Depois das réplicas dos advogados, os sete jurados se reuniram e entenderam que Natália é inocente pela morte de seu próprio filho.
Já em relação a Longo, o entendimento foi de que ele praticou o crime. Os jurados entenderam que ele cometeu homicídio qualificado e matou Joaquim por motivo fútil, recurso que impossibilitou defesa da vítima e meio cruel.
O juiz sentenciou Longo a 40 anos de prisão em regime fechado. Ele já cumpriu cerca de oito anos.
Na saída do Fórum, Antônio Carlos de Oliveira, advogado de Longo, disse que a defesa não concorda com a decisão. “Continuamos entendendo que não há nos autos provas suficientes para que Guilherme fosse condenado e é nesse sentido que a defesa já, imediatamente, interpôs recurso de apelação. A decisão do júri é manifestamente contrária à prova dos autos”, concluiu.
O caso Joaquim – Natália Ponte e Guilherme Longo tinham 27 anos quando o menino Joaquim desapareceu da casa onde a família morava, no Jardim Independência, em Ribeirão Preto, em 5 de novembro de 2013. Hoje, ambos têm 38 anos. O corpo da criança foi encontrado cinco dias depois no Rio Pardo, em Barretos, a 100 quilômetros de distância.
Para o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Longo assassinou o menino com uma superdose de insulina, já que Joaquim era diabético. O casal tem um filho de 10 anos. Natália se casou novamente e é mãe de um casal de gêmeos de um ano. Mora em São Joaquim da Barra (SP).
O promotor Marcus Túlio Nicolino acusa Longo de ter jogado o corpo no córrego próximo à casa onde moravam. O padrasto obteve liberdade em 2014 e acabou, tempos depois, fugindo para a Espanha, onde foi encontrado e extraditado.