Tribuna Ribeirão
Política

Mendonça assume e STF barra Ramagem

Sem citar o ex-juiz Sérgio Moro diretamente, o novo mi­nistro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, deu vários recados ao anteces­sor e fez promessas de combate ao crime no primeiro discurso após tomar posse, nesta quar­ta-feira (29) – José Levi tam­bém assuniu a Advogacia-Ge­ral da União (AGU) no lugar de Medonça.

Mendonça também não poupou elogios ao presidente Jair Bolsonaro, a quem cha­mou de “profeta no combate à criminalidade”. Enquanto Moro deixou a função acusan­do Bolsonaro de tentar interfe­rir politicamente no comando da Polícia Federal, Mendonça prometeu uma atuação “téc­nica” à frente da pasta. “Lu­tarei com todos os esforços no combate à criminalidade”, disse. “Vamos fazer operações conjuntas. Cobre de nós, presi­dente, mais operações na Polí­cia Federal”, reforçou.

Outro ponto levantado por Moro foi a intenção de Bolsona­ro ter acesso a relatórios de inte­ligências da Polícia Federal. Uma investigação sobre as acusações feitas por Moro foi aberta no Su­premo Tribunal Federal (STF). O presidente decidiu tornar sem efeito a nomeação de Ale­xandre Ramagem Rodrigues para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. A decisão consta de decreto publicado em edição extra do Diário Ofi­cial da União (DOU) e ocorre após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ter concedido liminar ao mandado de segu­rança impetrado pelo PDT e suspendido a posse de Rama­gem como chefe da PF.

A posse de Ramagem esta­va prevista para ontem, junta­mente com a do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, e do novo advogado-geral da União, José Levi. No decreto, o presidente Bolsonaro também torna sem efeito a exoneração de Rama­gem do cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inte­ligência (Abin), posto que ocu­pava antes de ser indicado para a PF. Com isso, Ramagem vol­ta para a Abin. No mandado de segurança impetrado pelo PDT no STF, o partido ques­tionava a ligação de Ramagem com a família de Bolsonaro e a possibilidade de interferência do presidente da República na Polícia Federal.

Moraes citou também tre­cho do pronunciamento de Bolsonaro feito no mesmo dia, após as declarações de Moro, em que o presidente contou ter se queixado ao então minis­tro da Justiça por não receber informações oriundas da PF. Ele mencionou ainda que as declarações de Moro estão sob investigação da Procuradoria­-Geral da República (PGR), após autorização concedida pelo ministro do STF Celso de Mello, motivo pelo qual se jus­tifica a suspeita de interferên­cia política na PF.

“Nesse contexto, ainda que em sede de cognição inicial, analisando os fatos narrados, ve­rifico a probabilidade do direito alegado, pois, em tese, apresenta­-se viável a ocorrência de desvio de finalidade do ato presidencial de nomeação do Diretor da Po­lícia Federal, em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da mora­lidade e do interesse público”, escreveu Moraes.

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