O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse durante rápido discurso nessa segunda-feira (9) que o modelo político atual no Brasil, o presidencialismo de coalizão, tem gerado “desconforto e solavancos” e afirmou que a reforma política, aprovada no Senado na semana passada, teve aspectos “muito positivos”, apesar de ter frustrado alguns analistas.
Entre os pontos positivos, o ministro citou a cláusula de barreira ou desempenho e a proibição de coligação de partidos a partir de 2020. Outro ponto citado por Mendes foi a aprovação do fundo público para o financiamento de campanhas.
Gilmar Mendes defendeu a mudança do regime político no País para um semipresidencialismo. “É preciso discutir um modelo alternativo a esse que aí está que tem propiciado muitos desconfortos e muitos solavancos”, disse. Para Mendes, o presidencialismo de coalizão tem propiciado “angústia” e há uma convicção que este modelo se exauriu.
Só dois presidentes nas últimas décadas conseguiram terminar seus mandatos, disse Mendes, ressaltando que as crises de governabilidade no Brasil tem sido solucionadas pelo impeachment, um modelo “complicado e traumático”.
Tomates – Mendes abriu ontem (9) seminário para discutir a reforma política no Instituto de Direito Público de São Paulo (IDP). O ministro foi recebido com protesto em frente ao prédio do IDP. Um grupo de cerca de 10 pessoas jogou tomates em carros pretos que chegavam ao local e na porta do IDP, que ficou bastante suja. A Polícia Militar esteve no local, mas não chegou a intervir.