A centenária Biblioteca Padre Euclides será o palco do lançamento do novo livro de Menalton Braff, “Tocata e fuga a quatro vozes” (Editora Reformatório). A manhã de autógrafos será neste sábado, 11 de março, a partir das dez horas. O endereço é rua Visconde de Inhaúma nº 490, primeiro andar, no Centro de Ribeirão Preto.
Este é o 29º livro da carreira de Menalton Braff. A obra, de 152 páginas (R$ 46, segundo o site da editora) já está em pré-venda exclusiva na loja virtual da editora. A diretoria da Biblioteca Padre Euclides tem convidado escritores da cidade e da região, artistas, representantes de organizações locais e profissionais de áreas diversas para encontros com leitores, debates, oficinas etc.
Segundo nota da editora, “estranheza é a sensação que invade o universo do leitor ao iniciar a leitura deste livro. Não é para menos. Trata-se de um quebra-cabeça, um puzzle em que as peças vão, harmoniosamente, encaixando-se à medida que a trama evolui. E Braff é mestre nisso porque agarra o leitor pela manga e não solta – até o final.”
“Tocata e fuga a quatro vozes” é um romance experimental, que se estrutura na técnica do contraponto – assemelha-se a “Contraponto”, do inglês Aldous Huxley (1894- 1963), de 1928, e “Caminhos cruzados”, de 1935, de Erico Verissimo (1905-1975). O livro é fruto (ou foi inspirado) de diversas palestras/conversas que o autor tem feito há vários anos a pedido da Fundação de Amparo ao Preso (Funap).
Pouca gente sabe, mas o sistema prisional de São Paulo mantém, por meio dessa fundação, boas bibliotecas dentro de várias penitenciárias. O detento participa do clube de leitura se quiser – e muitos querem – e tem sua pena reduzida a cada livro que lê. E não há enganação, segundo Braff, que tem vários livros à disposição em todas essas bibliotecas.
Então essa experiência ficcionalizada resultou no “Tocata e fuga a quatro vozes”. Na música, Johann Sebastian Bach (1685-1750) foi o genial criador da fuga, estilo de composição polifônica e imitativa de um tema principal repetido por outras vozes que entram sucessivamente e continuam de maneira entrelaçada.
No romance, quatro personagens (um advogado, um diretor de presídio, um detento e a mãe deste detento) contam simultaneamente suas histórias, até que suas vozes se entretecem no final. Nesse sentido a narrativa circula sugerindo a reflexão: é possível recuperar um ser humano contraventor? Há alguma maneira de alguém se redimir de sua culpa ou atos indesejáveis? A arte salva?
Sobre o autor
Menalton Braff nasceu em Taquara (RS) e ainda criança ligou-se à literatura. Com pós-graduação (lato-sensu) em Literatura Brasileira, lecionou em instituições de ensino superior até 1987. Vive no interior de São Paulo e atualmente seu tempo é da literatura: escrita, leitura, palestras.
Conquistou o Prêmio Jabuti de 2000 (Livro do Ano) com a coletânea “À sombra do cipreste”. “Amor passageiro”, 25º título, saiu pela Reformatório, que em 2020 lançou “Além do Rio dos Sinos”, romance vencedor do Prêmio Machado de Assis, da Biblioteca Nacional e finalista do Oceanos.
Em dezembro de 2021, a Biblioteca Padre Euclides foi palco do lançamento do 28º livro de Menalton Braff, “Cenas de um amor imperfeito”, também pela Editora Reformatório. O autor tem sido finalista dos mais diversos prêmios literários do país. Reside desde 1987 em Serrana, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto.