João Camargo
A Biblioteca Nacional anunciou, no último dia 27 de novembro, os vencedores de seus prêmios literários de 2020. Entre eles está Menalton Braff, que venceu o Prêmio Machado de Assis. Morador de Serrana (na Região Metropolitana de Ribeirão Preto) há 28 anos, Braff já havia conquistado o Prêmio Jabuti de Literatura em 2000, na categoria Livro do Ano – Ficção com a obra “À Sombra do Cipreste”. No entanto, em entrevista ao Tribuna, o escritor ressaltou que receber o prêmio Machado de Assis “era algo de que estava precisando”.
“Eu venho em uma fase bastante longa em que não repercutia mais. Na época do Jabuti, eu fui assediado por imprensa, por televisão, por jornal, por revista, e foi uma correria. Eu era um nome totalmente desconhecido. Depois do Jabuti, eu comecei a perder de vista os meus leitores, mas isso vinha em descenso. De repente, vem o prêmio Machado de Assis da Biblioteca Nacional, que é um dos mais prestigiados da literatura brasileira. E isso me deu um certo fôlego. Aquele sentimento de que continuo vivo. Ele foi bom nesse sentido”, comentou.
Braff conquistou o prêmio com o romance “Além do Rio dos Sinos” que, de acordo ele, não tem seu cerne muito explícito. Isso porque, “para saber do romance, é necessário ler o romance”. Ainda segundo Braff, os livros e romances são sempre ficcionais, já que cada autor terá sua visão da mesma realidade, mas de pontos de vistas diferentes.
O escritor já tem outras obras engatilhadas. Entre elas está o “Tocata e Fuga a Quatro Vozes”, que deverá ser lançado ainda no primeiro trimestre de 2021.
“Eu escrevo todo o dia pela manhã. Leio e faço as atividades comuns de qualquer pessoa. Mas eu costumo dizer que hoje, para mim, todo dia é domingo. Então, agora na minha aposentadoria, tudo o que eu guardei durante anos começou a surgir. Meu próximo livro sai no primeiro trimestre de 2021. Este também é um romance em que faço outras experiências formais. É outro modo de narrar”, finalizou.