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Médicos do INSS entram em greve nacional

ALFREDO RISK

Os peritos médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) iniciaram nes­ta quarta-feira, 30 de março, uma greve por tempo inde­terminado. Eles reivindicam a recomposição salarial de quase 20% para repor a infla­ção de três anos, melhoria no plano de carreira e realização de concurso para contratar novos profissionais.

A Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais afirmou, por nota que, o mo­vimento foi instaurado “única e exclusivamente em virtude da postura completamente omissa e desrespeitosa adotada por parte do governo federal, na pessoa do ministro Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previ­dência Social)” em relação às reivindicações da categoria.

Segundo a associação que representa os peritos médicos, eles foram surpreendidos pela ruptura do acordo firmado com o governo, após mais de dois meses de negociação. Cer­ca de 3,2 mil profissionais em todo o País vão parar.

Os peritos pedem recom­posição salarial relativa às perdas inflacionárias de 2019 a 2022 (19,99%) e a edição do decreto que regulamenta a carreira e permita o desenvol­vimento funcional anual. Tam­bém defendem a promoção imediata de concurso público para a recomposição dos qua­dros da carreira.

Segundo a associação, a defasagem chega a três mil servidores. Querem ainda a re­adequação da estrutura física das agências da Previdência Social, que, segundo eles, fo­ram reabertas de modo preci­pitado e sem as condições sa­nitárias adequadas. Cobram ainda a melhoria de aspectos operacionais da perícia e o fim da “teleperícia” (com uso de telemedicina).

Já o Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Cen­tral (Sinal) reforçou o início da greve da categoria para esta sexta-feira, 1º de abril, e disse que o movimento pode ser mais severo, caso o governo publique uma medida provi­sória com o reajuste dos poli­ciais federais e deixe de fora os servidores do BC.

Segundo o Sinal, uma greve mais forte poderia interrom­per, total ou parcialmente, o Pix, a distribuição de cédulas e moedas, as operações de mercado aberto, a divulgação do Boletim Focus (com pro­jeções de economistas) e de “diversas taxas” e o funcio­namento do Sistema de Paga­mentos Brasileiro (SPB).

Os servidores do órgão que­rem aumento de 26,6%. A re­muneração anual de um analista do BC é de R$ 341,1 mil ou R$ 26,2 mil mensais. A MP com o reajuste dos policiais não deve ser editada até sábado (2), mas uma ala do governo defende a possibilidade de aumento acima da inflação depois des­se prazo, até 180 dias antes do fim do mandato presidencial.

O presidente do Banco Cen­tral, Roberto Campos Neto, mudou de posição e passou a defender a reestruturação das carreiras da autoridade mo­netária dentro do governo, segundo diz em nota o presi­dente do Sinal, Fábio Faiad. De acordo com o sindicalista, Campos Neto disse que vai tentar uma proposta em uma reunião ministerial na sema­na que vem.

“Se vai apresentar uma pro­posta ou não, vamos ver se­mana que vem.” Faiad observa que a greve dos servidores do BC será feita respeitando a lei de serviços essenciais, mas destacou que o Pix e outras ati­vidades do BC não se encon­tram dentro do escopo dessa lei, “portanto podem sofrer pa­ralisações parciais e até totais”.

Para esta quinta-feira (31), está prevista uma reunião, pro­vavelmente com a Diretoria de Administração do BC, para definir os serviços essenciais. O Sinal ainda afirmou que as paralisações diárias das 14 ho­ras às 18 horas, que ocorrem desde o dia 17 de março, vão continuar até esta quinta-feira. E que os atrasos no Boletim Focus e divulgação de taxas devem continuar.

Na segunda-feira, servido­res da Receita Federal fizeram uma manifestação na frente do prédio do Ministério da Eco­nomia. Levantamento do Sin­dicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco) mostra que orçamento do órgão teve redu­ção de 60% nos últimos cinco anos, sem considerar as per­das inflacionárias. Somente neste ano, o corte foi de 51% se comparado ao orçamento que estava previsto inicial­mente, de R$ 2,2 bilhões.

Os auditores também pe­dem a regulamentação da lei número 13.464, de 2017, que trata da instituição da grati­ficação, um bônus de efici­ência. Desde dezembro de 2021, os auditores fiscais es­tão mobilizados. Segundo o sindicato, mais de cinco mil auditores assinaram carta se recusando a aceitar cargos de chefia, além da articulação da operação-padrão (tartaruga) nos postos de fronteira.

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