Uma pesquisa da Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP) – órgão ligado à Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania – encontrou diferença de até 969% nos preços dos medicamentos genéricos e de 166% nos de referência em várias cidades paulistas. Em Ribeirão Preto, o levantamento envolve oito farmácias.
As maiorias variações foram constatadas nos preços do antibiótico Amoxil/GlaxoSmithKline de 500 miligramas (21 cápsulas) e na caixa do anti-inflamatório Nimesulida de 100 mg (doze drágeas), segundo a pesquisa da Fundação Procon-SP.
O preço do Amoxil, remédio de referência, varia de R$ 35,90 a R$ 67,17, diferença de 31,27 e variação de 87,10%. O valor médio na cidade é de R$ 57,36. Já o genérico Nimesulida custa entre R$ 3,99 e R$ 17,90, diferença de R$ 13,91 e variação de 348,62%. O preço médio em Ribeirão Preto é de R$ 10,06.
Segundo a Fundação Procon-SP, mesmo assim os genéricos estão, em média, 57,05% mais baratos do que os remédios de referência. A conclusão é que a aplicação de descontos pode variar de acordo com os locais de mercado, rentabilidade da loja e condições comerciais de compra.
Isso porque grandes redes conseguem comprar quantidades maiores dos laboratórios farmacêuticos, com preços mais baixos. Destaca também que a política de venda varia de uma loja para outra dependendo do canal de venda – ponto físico, telefone, site, aplicativo etc.
Por fim, a Fundação procon-SP conclui que, em Ribeirão Preto, há redes que são regidas pelos sistemas de franquias sem uma política única de preços entre os franqueados. Foram analisados os preços de 31 a 41 itens, dependendo da loja. As farmácias pesquisadas física ou virtualmente (sites) na cidade são Drogal, Drogaria Total, Drogão Super, Drogaria São Paulo, Droga Raia, Multidrogas, Drogaria São Carlos e Nissei.
Entre os produtos genéricos, a maior diferença de preço foi detectada no município de Presidente Prudente, onde a Nimesulida de 100 mg e doze comprimidos era encontrada a R$ 31,96 em uma farmácia, e a R$ 2,99, em outra – uma diferença de 969%.
Na comparação entre os medicamentos de referência, a maior variação foi encontrada na cidade de Guaíra, na macrorregião de Ribeirão Preto: o medicamento Lasix (Furosemida), do fabricante Sanofi-Aventis, de 40 mg, com 20 comprimidos, era vendido a R$ 23,94 em um local e R$ 9 em outro, uma variação de 166%.
A pesquisa coletou os preços em sites das principais redes de farmácias e em 126 lojas físicas do interior e litoral de São Paulo, entre os dias 5 a 7 de junho. “O objetivo deste levantamento anual de preços do Procon-SP é oferecer valores de referência para os consumidores paulistas e reforçar a importância de se pesquisar os preços em vários estabelecimentos antes de comprar”, destacou o Procon-SP em nota.
O levantamento também comparou os preços médios dos genéricos com os de referência. Em todos os estabelecimentos, os preços médios dos genéricos estavam mais baratos do que os de referência, sendo que a maior diferença encontrada foi em Praia Grande (65,64%).
Na comparação dos preços atuais com os de doze meses atrás, a Fundação Procon-SP constatou que o valor dos medicamentos subiu, em média, 9,84% – acima, portanto, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do período analisado, que apresentou variação de 3,94%.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que as farmácias e drogarias não podem ultrapassar o preço máximo permitido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Em março, o governo federal autorizou reajuste de até 5,60% no preço de remédios.
A equipe do núcleo de pesquisas da capital foi a responsável pelos sites e os especialistas dos Núcleos Regionais do Procon-SP, pelos estabelecimentos em Ribeirão Preto, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Bebedouro, Campinas, Guaíra, Jundiaí, Marília, Ourinhos, Praia Grande, Presidente Prudente, Santos, São José dos Campos, São José do Rio Preto, São Vicente e Sorocaba.