O Ministério da Educação (MEC) poderá destinar, ainda este ano, no total, até R$ 12 milhões para obras emergenciais no Museu Nacional no Rio de Janeiro, afetado por um grande incêndio em 2 de setembro. A pasta prometeu repassar R$ 10 milhões, mas esse valor pode aumentar, segundo o secretário Executivo do MEC, Henrique Sartori, “dependendo da necessidade da UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro]”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.
No último dia 21, o MEC liberou R$ 8,9 milhões para a contratação da empresa que fará as intervenções na estrutura do prédio que permaneceu de pé. As obras serão feitas pela Concrejato Engenharia, empresa que participou da reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, que também sofreu um incêndio. A empresa foi escolhida por chamada pública.
“A UFRJ apresentou a necessidade dessa contratação nesse valor inicialmente. A gente sabe que tem outras frentes para ser atendidas e pode ser que esse valor ele ultrapasse os R$ 10 milhões. A gente já está preparado para dar esse auxílio”, diz Sartori. “Nosso cálculo é que outras frentes serão abertas para fazer esse número, acredito eu, passar de R$ 10 milhões, ficando em torno de R$ 11 milhões ou R$ 12 milhões”.
Os R$ 8,9 milhões já liberados deverão ser usados no escoramento estrutural do prédio, para evitar desabamentos e garantir a conclusão da perícia pela Polícia Federal; na cobertura provisória do museu (já que grande parte do telhado foi destruída) e no fechamento de esquadrias. A verba também será usada para a retirada dos escombros, que deve ser feita com cautela, a fim de separar o que é entulho do que é acervo.
Reconstrução
Após o incêndio, a reconstrução do Museu Nacional será feita em quatro etapas, incluindo a possibilidade de cessão de um terreno próximo ao local para que as atividades acadêmicas sejam mantidas.
A primeira etapa será dedicada à realização de intervenções emergenciais, como instalação de um toldo, escoramento de paredes, levantamento da estrutura, inventário do acervo e separação do que é possível encontrar nos escombros.
A segunda etapa depende da conclusão da perícia da Polícia Federal no local. Depois de realizada, será contratado um projeto básico e, com base nele, será implementado o projeto executivo da reconstrução do museu.
A terceira etapa é a da reconstrução. A ideia é mobilizar recursos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet. A quarta fase poderá ocorrer em paralelo com a obra de construção. É a de recomposição do acervo. O governo pretende fazer uma campanha internacional para a doação e aquisição de acervos para o Museu Nacional.