Tribuna Ribeirão
Política

MATRIZ TARIFÁRIA – Substitutivo tenta vetar ‘tarifa’

A batalha do grupo de parla­mentares que tenta barrar a nova matriz tarifária do Departamen­to de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) deve ter novo ca­pítulo na sessão desta quinta­-feira, 7 de junho. Alessandro Maraca (MDB) e Jean Corau­ci (PDT) decidiram aderir ao movimento. Por isso, Lincoln Fernandes (PDT), autor do projeto que susta os efeitos do decreto executivo nº 132, que instituiu o novo sistema de cál­culo e cuja votação foi suspensa por duas semanas, decidiu apre­sentar um substitutivo.

Para entrar na pauta de vo­tação desta quinta-feira, no en­tanto, a proposta depende de parecer favorável de Maurício Vila Abranches (PTB), relator do projeto na Comissão de Justiça e Redação – a popular Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O Tribuna procurou o petebista durante toda a tarde desta quar­ta-feira (6), sem sucesso.

Segundo o decreto do Execu­tivo, publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de 3 de maio, a nova matriz entraria em vigor depois de 30 dias. Ou seja, desde domingo (3) passado. A polêmica sobre a forma de cál­culo das tarifas do Daerp vem desde o ano passado, quando o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) revogou a antiga.

No entanto, neste intervalo entre a anulação de um decreto e a publicação do outro, não existia matriz tarifária em vigor, o que motivou duas ações populares na Justiça, uma impetrada pelo empresário José Roberto Perei­ra Alvim e outra por Lincoln Fernandes. O vereador pede ao juiz Gustavo Müller Lorenzato, da 1ª Vara da Fazenda Pública, a devolução do valor arrecadado durante o período e a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Além da ação na Justiça, Fer­nandes protocolou na Câmara o projeto de decreto legislativo sustando os efeitos do publicado por Nogueira. A justificativa do vereador é que para instituir uma nova matriz tarifária, é necessá­rio antes a convocação de audi­ência pública para a discussão do tema com a sociedade civil.

A assessoria jurídica do ve­reador argumenta também que o artigo 175 da Constituição Federal estipula que toda e qual­quer política tarifária só pode ser implementada por meio de lei, e não por decreto. Na sessão em que o projeto de decreto legislati­vo estava para ser votado, no dia 22 de maio, Vila Abranches pe­diu adiamento por três sessões. Como aquela reunião conta, as demais seriam dos dias 24 e 29 do mês passado. Se tivesse pare­cer favorável, o projeto poderia ter sido votado já na sessão da última terça-feira (5), mas o pe­tebista não se manifestou.

Caso o relator emita parecer, o projeto de decreto legislativo – agora um substitutivo subscrito também por Maraca e Corauci – deve entrar na pauta da sessão desta quinta-feira. A nova ma­triz tarifária do Daerp implica em reajuste nas tarifas da gran­de maioria dos 164.209 consu­midores residenciais atendidos pela autarquia. Quem consome até dez metros cúbicos de água por mês (dez mil litros mensais) paga R$ 20,10 – o menor valor desembolsado pelos mais de 190 mil clientes do departamento.

Trata-se da soma das tarifas de água (R$ 8,80), de afastamen­to (R$ 6,70) e do tratamento do esgoto (R$ 4,60). Com a nova matriz tarifária, o mesmo con­sumo de 10 m³ resultará em conta de R$ 20,70, com base na soma da tarifa de água (R$ 9,10 – aumento de R$ 0,30), de afastamento do esgoto (R$ 6,80 – acréscimo de R$ 0,10) e da do tratamento de esgoto (R$ 4,80 – aporte de R$ 0,20). Nesse caso, o reajuste será de 2,98%, com a conta passando de R$ 20,10 para R$ 20,70, mais R$ 0,60.

Todo consumidor residen­cial, independentemente do vo­lume consumido, pagará mais caro pelos primeiros dez mil litros mensais. Na faixa entre 20 mil e 30 mil litros, a autarquia afirma que a tarifa terá redução de 1,62%. Mas como todos vão pagar mais 2,98% pelos primei­ros 10 m³, na média ponderada o Daerp conseguirá aumentar a receita com a nova matriz tarifá­ria. Na sessão desta quinta-feira (7), a Câmara ainda deverá votar projeto do Executivo que autori­za a cobrança com o reajuste de 2,98%. O pedido de urgência foi aprovado na terça-feira (5).

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