O Museu de Arte de São Paulo (Masp) inaugurou a exposição Degas, que apresenta 76 obras do artista francês em diálogo com fotografias inéditas da artista Sofia Borges. São 73 esculturas de bronze, dois desenhos e uma pintura, que ficarão expostos até 1º de agosto de 2021. As releituras feitas pela fotógrafa foram produzidas em grande escala a partir das esculturas de Edgar Degas (1834-1917).
O ponto de partida será a escultura “Bailarina de catorze anos” (1880), obra considerada a mais icônica de Degas e uma das mais emblemáticas de toda a história da arte ocidental do século 20, conforme apontou o museu. O artista conheceu Marie van Goethem, a estudante de balé retratada nessa obra, durante uma de suas frequentes visitas à Opéra de Paris.
O Masp afirma que pouco se sabe sobre a vida de Marie, que ingressou no balé da Opéra aos 13 anos e era filha de uma lavadeira e de um alfaiate que viviam em constante problema financeiro. Uma das irmãs da bailarina foi presa por roubar um cliente no cabaré Chat Noir, localizado no bairro boêmio de Montmartre, na capital francesa. Depois disso, Marie começou a faltar às aulas e acabou sendo dispensada da Opéra.
“Provavelmente como sua irmã, ela foi forçada à prostituição por sua mãe. Esse tipo de narrativa costuma ser evitado em projetos em torno de Degas desenvolvidos por museus ao redor do mundo, que se ocupam mais de questões estilísticas e formais em relação ao artista. A abordagem de sua obra por meio de uma perspectiva política, social e crítica estará, no entanto, no catálogo Degas: dança, política e sociedade”, segundo os organizadores da mostra.
Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico no museu, e Fernando Oliva, curador na instituição, a mostra conta com as obras de Edgar Degas (1834-1917) que pertencem ao acervo do Masp. A última exposição de Degas realizada pelo Masp foi há 14 anos, chamada Degas: o universo de um artista. A mostra dava início às comemorações de 60 anos de atividade do museu.
Assim como as mostras individuais já encerradas de Hélio Oiticica (1937-1980), Trisha Brown (1936-2017) e Senga Nengudi (1943), essa exposição está inserida no ciclo das histórias da dança, eixo temático ao qual o museu se dedica neste ano. No dia 18 de dezembro, o Masp abre Beatriz Milhazes: avenida Paulista, mostra que também integra tal programação.
O agendamento online é obrigatório para a visita à exposição, inclusive para as terças gratuitas, pelo link masp.org.br/ingressos. De 25/11 a 30/12, todas as quartas-feiras também terão entrada gratuita. Ingressos: R$ 45 (entrada); R$ 22 (meia-entrada).
As novas regras de visitação estão no site masp.org.br/visitasegura.
Edição: Liliane Farias