Depois de atuar em mais de 35 peças e escrever outras dez em mais de 40 anos de carreira, o ator, autor e diretor Marcos Caruso estará em Ribeirão Preto no próximo domingo, 1º de outubro, para apresentar ao público da região seu primeiro trabalho solo, o espetáculo “O escândalo Philippe Dussaert”. A sessão única será às 19 horas, no Theatro Pedro II. Ele também vai participar, no mesmo dia, de um workshop do Grupo TPC, na sala que leva seu nome e onde acontecem as aulas de teatro da trupe, na rua Comandante Marcondes Salgado nº 731, no Centro.
Antes de sair em turnê pelo Brasil, o monólogo “O escândalo Philippe Dussaert” ficou sete meses em cartaz no Rio de Janeiro, uma temporada de sucesso absoluto, vencedor de todos os principais prêmios teatrais nas categorias “melhor ator”, “melhor espetáculo” e “melhor produção” – Caruso subiu 100 vezes ao palco e atraiu quase 30 mil espectadores. O texto é do consagrado autor Jacques Mougenot, com tradução de Marilu de Seixas Corrêa. A direção é de Fernando Philbert.
A peça conta a história do pintor Philippe Dussaert, nascido no norte da França em 1947, que perseguiu obstinadamente em sua trajetória o sentido mais profundo do minimalismo. Sua proposta inicial é inusitada: reconhecido pelo seu talento de exímio copista, reproduz quadros famosos de pintores como Leonardo Da Vinci (1452-1519), Édouard Manet (1832-1883), Paul Cézanne (1839- 1906), Johannes Vermeer (1632- 1675), porém exclui da imagem quaisquer personagens humanos ou animais, e preserva fielmente o cenário ao seu fundo.
Causando surpresa e inquietude no mundo das artes, ele segue radicalizando sua proposta e, pouco a pouco, vai ganhando o mercado de arte contemporânea – suas obras se tornam cada vez mais valiosas e disputadas por grandes museus e colecionadores. A trajetória de Dussaert chega ao ápice quando ele expõe e vende, ao custo de oito milhões de francos, sua obra maior. O episódio deflagra uma reviravolta, que ficou conhecida como “O escândalo Philippe Dussaert”.
Inédito no Brasil, “O escândalo Philippe Dussaert”, premiado texto do ator e dramaturgo francês Jacques Mougenot, foi o escolhido por Marcos Caruso para ser seu primeiro trabalho solo, depois de mais de 40 anos de uma sólida e premiada carreira no teatro, na TV e no cinema. É um texto que investiga com fino humor os limites da arte contemporânea e as polêmicas em torno do assunto, através da história de um escândalo do pintor francês.
Vencedor do Prêmio Philippe Avron por esta peça, Jacques Mougenot está há quase uma década em cartaz, ultrapassando a marca das 600 apresentações na França. O autor também ganhou o Prêmio Molière 2016 de “melhor espetáculo musical” por sua adaptação da peça de Georges Feydeau “Les Fiancés de Loches”, que transformou num musical com a colaboração do compositor e diretor Hervé Devolder.
Nesta peça, o dramaturgo francês usa a figura de um pintor contemporâneo e sua polêmica carreira para fazer junto ao público uma reflexão sobre o que é e o que não é arte – o tema é terreno fértil para infindáveis controvérsias e polêmicas. “Cada vez mais me interesso pelo teatro contemporâneo. Como autor, diretor ou ator, quero cada vez mais me debruçar sobre temas contemporâneos. ‘O escândalo Philippe Dussaert’ permite uma investigação onde ator e plateia, de maneira divertida e surpreendente, desvendam um dos maiores escândalos da história da arte contemporânea”, afirma Marcos Caruso.
Os ingressos custam R$ 120 (plateia A), R$ 100 (plateia B e frisa), R$ 90 (balcão nobre) e R$ 70 Balcão simples e galeria). A meia-entrada para estudantes e professores de escolas públicas e particulares (mediante apresentação de documento comprobatório como carteirinha da instituição, boleto de mensalidade ou holerite), aposentados (com documento específico) e idosos acima de 60 anos (com cédula de identidade, o RG) custa R$ 60, R$ 50, R$ 45 e R$ 35, respectivamente.
Estão à venda na bilheteria do Theatro Pedro II, na rua Álvares Cabral nº 370, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto. O espaço tem capacidade para receber 1.588 pessoas, mas parte foi interditada no ano passado pelo Corpo de Bombeiros por causa da altura do parapeito – hoje aceita até 1.300 espectadores. O telefone para mais informações é (16) 3977-8111. O espetáculo não é recomendado para menores de 12 anos devido ao horário.