A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexador oficial – desacelerou a 0,16% em março, após elevação de 0,83% em fevereiro e alta de 0,42% em janeiro, de acordo com os dados divulgados na manhã desta quarta-feira, 10 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do mês passado é o mais baixo desde julho do ano passado, quando alcançou 0,12%.
No entanto, para meses de março, a taxa foi a mais branda desde 2020, quando houve elevação de 0,07%. Como consequência, a inflação acumulada em doze meses arrefeceu pelo sexto mês consecutivo, passando de 4,50% em fevereiro para 3,93% em março, a menor desde junho de 2023, quando estava em 3,16%. A taxa acumulada pela inflação no primeiro trimestre do ano está em 1,42% até março, ante 1,25% até fevereiro.
A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%. Ou seja, está no limite. A taxa de 4,62% em 2023 ficou acima da mediana de 3,25% para o período. Porém, dentro do intervalo estabelecido, entre de 1,75% a 4,75%, quebrando sequência de dois anos seguidos além do teto e voltando ao nível de 2020, de 4,52%.
O IPCA fechou 2022 em 5,79% e 2021, em 10,06%. O indicador de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 57% em fevereiro para 56% em março. A difusão de itens alimentícios saltou de 56% em fevereiro para 61% em março. Já a de itens não alimentícios saiu de 58% para 52% no mês passado.
Vilões – As altas de preços dos planos de saúde, do tomate e da cebola foram os principais responsáveis pela inflação de 0,16% registrada pelo IPCA em março deste ano. O preço da cebola cresceu 14,34% no mês e o do tomate, 9,85%. Outro alimento que também teve aumento expressivo foi a banana prata (7,79%).
Açaí (14,20%), alho (7,90%), mamão (6,40%), laranja pera (5,49%), ovo de galinha (4,59%), leite longa vida (2,63%) e refrigerante e água mineral (1,23%) completam a lista dos dez itens alimentícios com maiores altas de preços. Cinema, teatro e concertos geraram impacto de 0,02 ponto.
Figura ainda no ranking de maiores pressões sobre o IPCA de março o tomate (0,03 ponto percentual), cebola (0,03 ponto), cinema, teatro e concertos (0,02 ponto) e banana-prata (0,02 ponto). Na direção oposta, os principais alívios partiram da passagem aérea (-0,07 ponto), batata-inglesa (-0,05 ponto) e pacote turístico (-0,03 ponto).
Os aumentos puxaram a inflação dos alimentos no mês e foram alguns dos principais responsáveis pelo IPCA de março. O item que teve contribuição mais relevante para a alta de preços de março foi o dos planos de saúde. Variou 0,77% no mês, maior pressão e impacto de 0,03 ponto percentual.
Ainda em Saúde e cuidados pessoais, além do plano de saúde, outro vilão ffoi o aumento de preços dos produtos farmacêuticos (0,52%). Entre os farmacêuticos, os destaques foram os aumentos no anti-infeccioso e antibiótico (1,27%) e no analgésico e antitérmico (0,55%).
A batata-inglesa caiu 0,05 ponto e pacote turístico 0,03 ponto. Educação, que tinha sido o grande responsável pela inflação de fevereiro, com uma taxa de 4,98%, em março acusou 0,14%. A inflação de serviços passou de aumento de 1,06% em fevereiro para uma alta 0,10% em março.
Já os preços de itens monitorados pelo governo saíram de alta de 0,88% em fevereiro para aumento de 0,25% em março. No acumulado em doze meses, a inflação de serviços passou de 5,25% em fevereiro para 5,09% em março, menor patamar desde janeiro de 2022, quando também estava em 5,09%.
Grupos – Três dos nove grupos que integram o IPCA registraram quedas de preços em março. Houve deflação em Artigos de residência (queda de 0,04%, sem impacto), Transportes (queda de 0,33% e impacto de -0,07 ponto percentual) e Comunicação (queda de 0,13% e impacto de -0,01 ponto).
Os aumentos foram registrados em Alimentação e bebidas (0,53%, impacto de 0,11 p.p.), Saúde e cuidados pessoais (0,43%, impacto de 0,06 ponto), Despesas pessoais (0,33%, impacto de 0,03 p.p.), Educação (0,14%, impacto de 0,01 p.p.), Habitação (0,19%, impacto de 0,03 p.p.) e Vestuário (0,03%, impacto de 0,00 p.p.).
Alimentação bebidas – Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,53% em março, após alta de 0,95% em fevereiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,11 ponto percentual para o IPCA. Em fevereiro, havia gerado impacto de 0,20 ponto percentual para uma inflação geral de 0,83%.
Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,59% em março, após ter avançado 1,12% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,35%, ante alta de 0,49% em fevereiro.
Transportes – Os preços de Transportes caíram 0,33% em março, após alta de 0,72% em fevereiro. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,07 ponto percentual para o IPCA. Em fevereiro, havia gerado contribuição positiva de 0,15 ponto porcentual para uma inflação geral de 0,83%.
Os preços de combustíveis tiveram alta de 0,17% em março, após avanço de 2,93% no mês anterior. A gasolina subiu 0,21%, após ter registrado alta de 2,93% em fevereiro, enquanto o etanol avançou 0,55% nesta leitura, após alta de 4,52% na última.
A queda de 9,14% das passagens aéreas foi um dos itens que mais contribuíram para o recuo da taxa de inflação no mês. No ano, já recuaram 31,21%, mas ainda acumula um avanço de 18,65% em doze meses, O gás veicular (-2,21%), o óleo diesel (-0,73%) e a tarifa do ônibus urbano (-0,06%) também tiveram deflação.
Habitação – As famílias brasileiras gastaram 0,19% a mais com Habitação em março, uma contribuição de 0,03 ponto percentual para o IPCA. Em fevereiro, havia subido 0,27% e gerado impacto de 0,04 ponto percentual. A energia elétrica aumentou 0,12% no IPCA de março.
INPC avança 1,58% no ano
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,19% em março, após uma elevação de 0,81% em fevereiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 10 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, acumula alta de 1,58% no ano. A taxa em doze meses mostrou elevação de 3,40%, ante 3,86% até o mês anterior. %. O indexador mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos (entre R$ 1.412 e R$ 7.060) e chefiadas por assalariados.