Criado em 1998 pela administração municipal como alternativa para a manutenção e conservação das praças públicas existentes em Ribeirão Preto, o Programa Verde Cidade literalmente empacou e só beneficiou, até agora, a região Sul.
Das 204 atuais praças existentes na cidade, apenas oito, localizadas na Zona Sul, foram beneficiadas com este tipo de parceira. Nas regiões Norte, Leste, Oeste e Centro nenhum convênio ainda foi viabilizado. O índice de adesão ao programa é de apenas 3,92%.
O Verde Cidade oferece a oportunidade para as entidades da iniciativa privada e da sociedade civil organizada “adotarem” áreas verdes, parques, praças, rotatórias e canteiros centrais de avenidas. Em contrapartida a empresa poderá divulgar sua marca, obedecendo às especificações da Lei Cidade Limpa, que regulariza a publicidade em Ribeirão Preto.
O Programa é subordinado a Coordenadoria de Limpeza Urbana do município (CLU). Já dos sete parques públicos, dois firmaram parceria pelo programa: o Tom Jobim, na Zona Norte, e o Doutor Luis Carlos Raya, na Sul. Os parques Uber Sul e o das Artes, também localizados naquela região, possuem parceria com a iniciativa privada, mas não pelo Programa Verde Cidade.
Vale destacar que o Tom Jobim foi adotado pela Construtora Pacaembu, responsável pela construção de 6.990 mil casas do Residencial Vida Nova Ribeirão,no entorno do Anel Viário Norte. A parceria tem duração de um ano e pode ser renovada.
De acordo a prefeitura, a iniciativa de adesão ao Verde Cidade depende exclusivamente das empresas, entidades ou associações, como as de bairros. Isso porque, o inverso – a Coordenadoria de Limpeza Urbana – procurar uma empresa específica para oferecer a parceria é proibido, pois poderia dar margens para questionamentos jurídicos de direcionamento e favorecimento.
A CLU garante que existem estudos em andamento para novas parcerias com processos administrativos já protocolados e em fase de análise de documentação. A cidade não tem uma lei de compensação que obrigue o “padrinho” de uma praça na Zona Sul a adotar uma também em outra região de Ribeirão Preto. Assim, os empresários investem apenas onde os problemas são menores.
Na última quarta-feira, dia 5, a equipe da EPTV foi assaltada na praça Pedro Biagi, no começo da avenida Dom Pedro I, no Ipiranga, Zona Norte, em plena luz do dia. O assaltante apontou a arma para os profissionais e levou dois celulares e uma aliança.
FOTOS: JF PIMENTA/ESPECIAL PARA O TRIBUNA
Adoção informal
Cansados de testemunhar o abandono de praças no Jardim Macedo que serviam de área para despejo de entulho, lixo e móveis como sofás velhos, cerca de 140 moradores do bairro – que integram um grupo de whatsapp – resolveram adotar informalmente os três espaços. Desde o começo de 2017 eles periodicamente realizam a limpeza e manutenção das praças Alzira do Val, Allan Kardec e Elza Spinelli.
A manutenção inclui serviços como a roçada dos canteiros e o recolhimento de lixo. Neste último caso até suportes de ferro para depósito de sacos de lixo foram instalados. “Nossa intenção foi manter estes locais próximos as nossas residências limpos e conservados, já que o poder público não estava conseguindo fazê-lo”, explica o advogado Lázaro Sotocorno. Ele, Marisa Edgard de Souza e Eduardo Leandro Moura Santos são uma espécie de gerentes da empreitada e responsáveis pela arrecadação da “vaquinha financeira” para pagar as despesas pelos serviços.
Acirp afirma que divulga programa para associados
A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) afirma que a parceria é boa para o município, pois desonera o Executivo e dá a oportunidade das empresas contribuírem com a qualidade de vida na cidade e explorarem suas marcas junto a população.
Segundo a entidade o incentivo ao projeto tem sido priorizado junto aos associados. Um exemplo disto, segundo a entidade, foi a reportagem publicada na edição de julho/agosto da revista Ação produzida pela Acirp. Distribuída para os 5,5 mil associados ela traz uma reportagem sobre a adoção de praças e parques por empresas, mostrando suas vantagens e incentivando outros empresários a adotarem espaços.
“A prefeitura também deve utilizar sua estrutura de comunicação social e até publicidade para divulgar o programa. Seria um esforço com excelente retorno em termos de economia para os cofres públicos”, afirma o presidente da entidade, Dorival Balbino.
Cidade ganha novo food park na Zona Sul
Na última sexta-feira, 7 de setembro, a Zona Sul de Ribeirão Preto ganhou um novo espaço de convivência a céu aberto, destinado ao lazer, à gastronomia, à cultura e às oportunidades de negócios. A novidade foi entregue pela Perplan Urbanização e Empreendimentos, uma das incorporadoras mais antigas da cidade, e conta com um food park, uma central de eventos e um espaço de negócios da empresa. Tudo isso ficará ao lado do Über Parque Sul “Roberto Francói”, na avenida Giuseppe Cilento nº 1.881, na região do Jardim Botânico.
O local foi projetado em uma área externa de 1.200 m², com infraestrutura completa para as pessoas aproveitarem os cerca de 10 trucks permanentes e outras opções itinerantes que passarão por lá. Já a central de eventos ficará em um lounge, com 300m², parte dele coberta, e contará com uma agenda mensal para a população aproveitar, desde aulas de ginástica, atrações infantis, até ações beneficentes, exposições, feiras e fóruns empresariais.
“A idéia é gerarmos ainda mais valor para a região, que já conta com o Über Parque Sul, o primeiro parque design do Estado de São Paulo, projetado pela Perplan e parceiros, e que vem se tornando um importante ponto de lazer e encontro para os ribeirão-pretanos”, afirma Ricardo Telles, CEO da empresa. O espaço ficará aberto de quinta-feira a domingo. Durante a semana, será a partir das 18 horas e, aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 23 horas.
Ribeirão Preto tem 28 praceiros fixos
Apesar de possuir 204 praças públicas, Ribeirão Preto tem apenas 28 praceiros fixos para a realização dos serviços de manutenção e limpeza. O número insuficiente – média de sete áreas para profissional – tem relação direta com o fato de muitos trabalhadores terem se aposentado e da prefeitura não abrir novos concursos para contratação deste tipo de mão de obra.
Para tentar suprir este déficit o município implementou, há vários anos, as equipes itinerantes que realizam este tipo de atividade em toda cidade. Os grupos possuem vários reeducandos do Centro de Progressão Continuada de Jardinópolis.
Questionada sobre a quantidade de parceiros fixos, a Coordenadoria de Limpeza Urbana, responsável por estes serviços, afirmou em nota que “a presença de funcionários fixos nas praças é uma situação bastante questionável na atualidade, principalmente em função do apontamento da freqüência e acompanhamento dos serviços”.
Para a coordenadoria um número maior de equipes volantes atuando de forma regionalizada resultariam em uma melhor conservação das praças públicas urbanizadas. O corte do gramado em cada uma das 204 praças é feito em média de três a quatro vezes por ano.
Como participar do Verde Cidade
O interessado em participar da parceria deve protocolar a solicitação junto ao Protocolo Geral, localizado na rua Cerqueira Cesar nº 371, ou no Poupatempo, no Novo Shopping (avenida Presidente Kennedy nº 1.500, Ribeirãnia), através de requerimento padrão.
Também deve apresentar contrato social da empresa, cópia do documento de identidade do responsável pela empresa (ou procurador devidamente constituído), descrição da área desejada ilustrada com croqui, que pode ser imagem de internet e descrições das ações que a empresa pretende desenvolver no local. Informações complementares pelo telefone: 3968-8663 – ramal 8692 ou e-mail: verdecidade@limpezaurbana.pmrp.com.br