Manifestos pedem prefeitura no Centro 

A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) divulgou um manifesto de apoio à manutenção do centro administrativo na região Central da cidade. O documento explicita apoio ao projeto de decreto legislativo que prevê a realização de um plebiscito para que a população decida sobre a construção de uma nova sede para a prefeitura.  
 
No manifesto, a Acirp explica que é a favor da construção de um novo centro administrativo, pois comprovadamente iria melhorar a eficácia do Poder Público, inclusive no que diz respeito ao atendimento direto à população. Porém, a decisão de retirá-lo da região Central “é completamente desconexa da realidade do próprio Executivo”, diz. 
 
“A decisão também caminha na contramão do Programa Ribeirão Mobilidade, que tem a região Central como o elo de todos os corredores de ônibus que estão sendo construídos, o que facilita o acesso de todos os cidadãos”, diz parte do documento. 
 
Ressalta ainda que o governo do Estado irá construir sua nova sede no Centro de São Paulo para incentivar a revitalização da região. Cita que Ribeirão Preto conta com dois terrenos na área Central da cidade que, de imediato, comportariam receber um centro administrativo: o terreno da antiga Cervejaria Antártica, na Jerôniomo Gonçalves, e a área do antigo Colégio Metodista,na Florêncio de Abreu. 
 
Por fim, ressalta que a decisão popular é soberana e que um plebiscito busca justamente ouvir a população para saber qual decisão deve ser tomada, ainda mais se tratando de uma obra que beira os R$ 200 milhões e trará como principal legado um vazio urbano sem precedentes ao Centro. 
 
“Reforçamos que a Acirp é favorável ao modelo de centro administrativo unificado proposto pela prefeitura, pois ele traz eficácia ao Poder Público. Nosso posicionamento é apenas para que seja escolhida a localização com mais benefícios para os cidadãos e para o município, que é o nosso Centro”, afirma Sandra Brandani, presidente da entidade. 
 
Outras entidades – Entidades e movimentos de classe empresariais e setoriais de Ribeirão Preto também divulgaram comunicado conjunto contra a construção do centro administrativo fora da região Central. Elas se posicionaram favoráveis à realização do plebiscito. 
 
Defendem, ainda, que, em caso de não aprovação do projeto de plebiscito, a atual administração não assine qualquer contrato deixando o assunto encaminhado para posterior decisão a ser tomada pelo futuro prefeito eleito ou prefeita eleita. O documento é encabeçado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).  
 
Também assinam o manifesto o Sindicato das Empresas de Hotelaria, Restaurantes, Bares e Similares do Nordeste Paulista, o Sindicato dos Empregados do Comércio de Ribeirão Preto (Sincomerciários), a Associação das Empresas de Serviços Contábeis de Ribeirão Preto, a Casa do Contabilista, o Ribeirão Convention & Visitors Bureau e o Comitê de Acompanhamento das Obras de Mobilidade. 
 
A revolta das entidades, no entanto, causou estranheza ao governo municipal. Nos bastidores do Centro Administrativo Prefeito José de Magalhães, atual sede da prefeitura de Ribeirão Preto, a pergunta é por que esperaram tanto tempo para se manifestar, já que a ideia começou a ser discutida com mais frequência no primeiro mandato de Duarte Nogueira (PSDB).  
 
Também ficaram surpresos porque esperaram a prefeitura concluir todo o processo licitatório para se posicionar. Em 4 de fevereiro de 2019, o prefeito Duarte Nogueira assinou o contrato com a empresa Econômica Engenharia e Obras Ltda. ME, vencedora da licitação para elaboração do projeto executivo. Custou R$ 952.008,68. O anteprojeto arquitetônico destinou prêmio de R$ 125 mil para o vencedor.  
 
Ou seja, mais de R$ 1 milhão já foram consumidos. Nesta época já estava definido que o edifício será construído na avenida Cavalheiro Paschoal Innecchi, no Jardim Independência, na Zona Norte de Ribeirão Preto. O local, aliás, foi ventilado pela primeira vez ainda no governo do finado prefeito Luiz Roberto Jábali (PSDB), que governou a cidade entre 1997 e 2000.