Antônio Claret de Oliveira *
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O Plano Aéreo Estadual, anunciado pelo Governo Paulista no início deste ano, tem o objetivo de aumentar a oferta de voos do interior para outras regiões do Brasil. Tal medida é decisiva para promover o desenvolvimento regional, criar empregos e ampliar oportunidades econômicas para os municípios paulistas e seus moradores.
O Departamento Aeroviário de São Paulo (DAESP), com o respaldo de estudos técnicos, vem trabalhando em busca de maior eficiência, economia e respeito ao dinheiro público. Essa é a orientação do Departamento para a operação de desestatização dos seus aeroportos, dentre eles, o Leite Lopes, de Ribeirão Preto.
Atualmente apenas seis aeródromos, dos 21 administrados pelo DAESP, têm voos comerciais. É pouco pelo potencial e pujança que tem o interior – seja pela economia, ligada ao agronegócio, seja pelo turismo ou pela demanda dos passageiros.
Diante da crise econômica, que também atinge São Paulo, o Estado mais rico do Brasil, as prioridades do Governo Estadual têm de ter foco nas demandas mais urgentes da população, que são saúde, educação e segurança. Portanto, cabe ao Governo encontrar formas alternativas para melhorar a infraestrutura dos aeroportos, nos padrões que a população merece.
Entre as muitas opções estudadas, a desestatização se mostrou a mais adequada. Com a chegada de parceiros da iniciativa privada, os aeroportos vão ter maior oferta de serviços, melhor infraestrutura e um atendimento eficiente e rápido para os passageiros. A medida, já adotada em vários aeroportos do Brasil e do mundo, tem apresentado bons resultados para as cidades.
O capital privado vai ampliar a capacidade do aeroporto, aumentando a oferta de voos e, consequentemente, criando as condições para o desenvolvimento econômico e social dos municípios, gerando renda para todos os brasileiros.
Esse é o objetivo do DAESP. Um trabalho incansável, baseado em pesquisas e estudos técnicos, que vem sendo feito em etapas. O primeiro passo, antes mesmo das desestatizações, é colocar em prática o uso de pequenas aeronaves nos aeroportos do interior – a exemplo do que ocorre fora do Brasil, como nos Estados Unidos. A medida não onera os cofres públicos, pode ser implantada rapidamente e tem grande potencial para atrair mais voos regionais e, com isso, criar conexões em todo o interior.
A ideia é incentivar inicialmente o uso dessas pequenas aeronaves para criar conexões, ampliar ofertas de voos e destinos. Tal decisão em nada prejudica o uso dos aeroportos por aviões maiores – como já ocorre em Ribeirão Preto. Pelo contrário, passa a ser um incentivo a mais. Essas aeronaves poderão usar os aeroportos, respeitando os limites físicos das pistas e a demanda existente.
Empresas que administram frotas de aviões menores estão prontas para operar, sem a exigência de obras de adequação nos aeroportos ou de contrapartidas do Governo Estadual. O Estado não tem qualquer custo adicional e ainda consegue reduzir o preço médio das passagens para os usuários.
É desta forma que o DAESP trabalha. Ao contrário do que sugere o artigo publicado por Raquel Montero neste importante jornal, “Privatizar o aeroporto Leite Lopes ao invés de valorizá-lo”, as desestatizações são um avanço para São Paulo e o Brasil.
* Engenheiro, é diretor superintendente do DAESP