Muitos países vivem hoje o paradoxo da pandemia com a chegada de vacinas contra a Covid-19, mas enfrentando a segunda onda do coronavírus. Ao mesmo tempo que adotamos medidas para reduzir taxas de transmissão, concentramos esforços para comprar e aplicar o maior número possível de vacinas.
No Brasil, o cenário é ainda mais acentuado pela desastrosa ação do governo negacionista de Jair Bolsonaro. Um estudo internacional apontou que o Brasil teve a pior gestão da pandemia entre 98 países. Bolsonaro desdenhou da crise e combateu medidas de isolamento social e de uso de máscaras. Foi letárgico no processo de compra de vacinas e entusiasta da cloroquina. Errou em tudo.
Desde o início, Bolsonaro colocou-se na contramão da medicina e da vida. Gastou recursos preciosos com drogas inócuas e chegou ao absurdo de incitar a invasão de hospitais. O governo federal foi incapaz de garantir o suprimento de oxigênio para os pacientes de Manaus, mesmo tendo sido avisado com antecedência. A má gestão de Bolsonaro agravou os problemas da pandemia. Os péssimos resultados são hoje um fato: em 2020, o Brasil viveu a pior recessão da sua história. E tornou-se o segundo país do mundo com maior número de mortes pela Covid-19.
A boa notícia é que os cientistas produziram, em tempo recorde, vacinas seguras e eficazes. O governo de São Paulo, por meio do Instituto Butantan e uma parceria internacional, garante 100 milhões de doses para todo o Brasil. Hoje, temos mais de 2,7 milhões de brasileiros protegidos. A cada dez vacinados no Brasil, ao menos oito receberam a vacina do Butantan.
Iniciamos a construção de uma nova fábrica de vacinas com a solidariedade de empresas privadas que financiaram a obra com R$ 162 milhões em doações. A unidade terá produção exclusiva de vacinas contra o coronavírus e será inaugurada em outubro.
O Brasil precisa de mais de 320 milhões de doses para vacinar sua população. Há este esforço de São Paulo em favor de todos os brasileiros. Mas precisamos do mesmo comprometimento em nível federal. A campanha Vacina Já, da administração paulista, sinaliza também que o país deve ter mais vacinas já. O governo federal precisa fazer sua parte.
Com vacinas, retomaremos a vida normal e a motivação para enfrentar novos desafios. A pandemia ampliou o desemprego, a desigualdade social e o deficit público. Há também um enorme desafio na área da educação para recuperar aprendizados comprometidos devido ao longo período sem aulas presenciais.
Diante de tais obstáculos, há um campo fértil para vendedores de ilusões, especialmente no plano econômico. Para evitar que isso aconteça, devemos nos concentrar em propostas que ofereçam resultados na redução das desigualdades.
Antes e durante a pandemia, São Paulo oferece um exemplo positivo para os brasileiros. Nosso projeto valoriza o desenvolvimento econômico, a geração de emprego e renda, a defesa da saúde e da vida, a confiança na ciência e a proteção social do Estado aos que mais precisam. Apesar de tudo, o Brasil tem solução.