Por diversas vezes, neste espaço, venho comentando a respeito dos malefícios que fazem as partículas (picumãs) resultantes da fuligem produzida pelas queimadas.
Não custa nada repetir o assunto mais uma vez,Estamos iniciando o inverno que é mais seco do que quente. A agricultura transforma nossa região em um verdadeiro mar de cana adubado e protegido por produtos químicos, inclusive os organoclorados. Quando ocorrem as queimadas, dois importantes fenômenos ocorrem:
1.- Os compostos químicos clorados, em boa parte, se transformam por meio de um fenômeno chamado PIRÓLISE (decomposição pelo calor), entre outros, em dioxinas e furanos, compostos altamente carcinogênicos e voláteis (para nós gases).
2.- Tais compostos aderem às superfícies das minúsculas partes da superfície das partículas de carvão produzidas e estas, em boa parte, chegam à atmosfera.
3.- As partículas maiores, quando respiradas, ficam retidas nas partes superiores do sistema respiratório e, via de regra, são eliminadas por espirros ou outros mecanismos quaisquer, enquanto as menores, muitas vezes, invisíveis à vista, atingem os pulmões e, por meio da variação de pressão lá existente, libertam as tais dioxinas, furanos e outras substâncias carcinogênicas, que são facilmente absorvidas e adsorvidas pelo sangue, levando o seu portador a gradativamente ficar enfermo.
As queimadadas permitem vetoriar os produtos emanados, no entanto, quando “piromaníacos” colocam fogo em terrenos baldios a coisa se complica, pois além do frequente lixo doméstico existente, muitas vezes são encontrados resíduos de construção com latas de tintas vazias que contém na sobra de tinta, metais pesados e outras substâncias que, também por pirólise, formam um verdadeiro coquetel de substâncias desconhecidas que chega ao ar que respiramos…
Acontece que as partículas finas e ultrafinas impregnadas de substâncias carcinogênicassão também responsáveis pela incidência de asma, doenças cardiovasculares, o próprio câncer no pulmão e estudos recentes mostram a grande possibilidade de aumentar a velocidade do declínio cognitivo, chegando à demência (Alzheimer).
É necessário, portanto que os órgãos públicos responsáveis consigam estabelecer uma estratégia que se inicie na Educação – sempre ela felizmente, passando, inclusive para severas penas por parte da hipocrisia dos poderes públicos, àqueles que ainda teimam em permitir sem penas severas a quem efetuar queimadas rurais e principalmente aos “piromaníacos” urbanos que por irresponsabilidade colocam à saúde de uma população inteira em risco.
Com a palavra, em primeiro lugar quem pensou algum dia em produzir uma queimada rural ou urbana e posteriormente as autoridades de plantão.