O lixo espacial vem se tornando um problema causado por muita gente, e que atrapalha muita gente. Consequentemente, tem gente querendo acabar com o problema dessa gente: Greg Wyler é uma dessas pessoas – o empresário, veterano no ramo de satélites e ex-líder da OneWeb, fundou a E-Space, uma startup que promete “limpar o espaço” de destroços e objetos que ameaçam naves e observações astronômicas na baixa órbita da Terra (LEO).
O método pode gerar algum questionamento – o empreendedor disse que a startup lançará “seus primeiros satélites de teste” em março, com produção em massa (o número mencionado por ele foi de 100 mil satélites) prevista para 2023.
O anúncio no site da empresa fala sobre como ela chegou ao objetivo de US$ 50 milhões (R$ 263,14 milhões) em investimentos – a maior parte vinda da Prime Movers Lab – para desenvolver “a mais sustentável rede de satélites na história e alavancar uma nova era de aplicações baseadas no espaço”.
“Em um mundo onde satélites se tornaram poluidores do espaço, os novos sistemas da E-Space terão o dobro do padrão mínimo de sustentabilidade à medida em que eles vão – ativamente e sacrificialmente – capturar e remover da órbita os pequenos destroços espaciais ao mesmo tempo em que executam suas funções como satélites de comunicação”, diz trecho do comunicado.
Em outras palavras: são satélites de rede integrada (algo que Wyler entende bem: além da OneWeb, ele já liderou a O3b Networks) com alguma função adicional coletora.
“Uma das melhores formas de entender e gerenciar a Terra é do espaço”, disse Wyler. “Nós criamos a E-Space para permitir a coleta contínua de dados sobre o nosso planeta em tempo real, por meio de sensores e dispositivos por todo o mundo, a fim de combater o aquecimento global e aprimorar as nossas redes elétricas. Mais importante, nós empregamos a sustentabilidade em tudo o que fazemos. Desenhamos nossos sistemas para não só prevenir a geração de destroços espaciais, mas ativamente reduzir destroços já existentes para que gerações futuras sejam capazes de acessar o poder do espaço”.
A startup que almeja limpar o espaço de satélites usando mais satélites se compara à Amazon Web Services (AWS), no sentido de que a empresa de serviços de internet permitiu “uma nova geração de serviços por várias indústrias em uma estrutura em cloud quase infinita e de baixo custo”. Nesta comparação, a E-Space vai “ajudar governos e grandes empresas a construir aplicações espaciais de forma que seja mais leve ao capital”.
Via Olhardigital