Em fevereiro, 61,5% das famílias brasileiras relataram ter algum tipo de dívida, um aumento de 1,4 ponto percentual em relação aos 60,1% observados em janeiro deste ano e 0,3 ponto maior ante fevereiro do ano passado, informou nesta quarta-feira, 13 de março, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao divulgar a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
Segundo a CNC, o aumento, na comparação mensal, do percentual de famílias com dívidas é o segundo consecutivo. O nível de fevereiro é o maior patamar desde dezembro de 2017. O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso também aumentou em fevereiro ante janeiro, passando de 22,9% para 23,1% do total. Houve diminuição, porém, do percentual de famílias inadimplentes em relação a fevereiro de 2018, quando 24,9% das famílias entrevistadas disseram ter compromissos financeiros atrasados.
Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes também aumentou na comparação mensal, passando de 9,1% em janeiro para 9,2% do total em fevereiro de 2019. O indicador havia alcançado 9,7% em fevereiro de 2018, informou a CNC. O tempo médio de atraso foi de 64,9 dias em fevereiro de 2019 – estável em relação aos 64,9 dias de fevereiro de 2018.
Entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas diminuiu na comparação anual, passando de 29,4% em fevereiro de 2018 para 29,1% em fevereiro deste ano – 19,5% das famílias entrevistadas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas. O cartão de crédito foi apontado em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida por 78,5% das famílias endividadas, seguido por carnês, para 13,9%, e, em terceiro, por financiamento de carro, para 9,8%.
Índice de inadimplência
O índice de inadimplência do consumidor no País caiu 3,0% em fevereiro em relação a janeiro, de acordo com a Boa Vista. Na comparação com fevereiro de 2018, houve declínio de 6,1%, enquanto no acumulado em 12 meses teve queda de 1,4%. Por região, em 12 meses, houve recuo em todos os locais: Centro -Oeste (-3,9%), Norte (-3,5%), Nordeste (-1,5%), Sudeste (-0,7%) e Sul (-1,5%). Conforme a Boa Vista, as adversidades ocorridas na economia ao longo dos últimos anos geraram grande cautela nas famílias, inibindo o consumo e a tomada de crédito, contribuindo para a queda do fluxo de inadimplência.
Feirão
Em comemoração à Semana do Consumidor, o Órgão de Proteção ao Consumidor (Procon-RP) – ligado á Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) –, que atende na rua Aureliano Garcia de Oliveira nº 266, no bairro Nova Ribeirânia, realiza, até esta sexta-feira (15), o Feirão de Negociação de Débitos para pessoas inadimplentes.
O mutirão de renegociação de dívidas celebra o Dia Internacional do Consumidor. A expectativa é de participação de quase todos os bancos, empresas de telefonia, CPFL Paulista e Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp). Por causa do evento, o Procon-RP não está atendendo as demandas diárias, que serão retomadas na próxima semana. Mais informações pelo telefone 0800-772-9198, no período das 8h30 às 16 horas.
Entre 19 e 23 de fevereiro, o Caminhão Itinerante do Serasa Consumidor passou por Ribeirão Preto e atendeu 2.732 pessoas, média de 546 por dia – 54 por hora, quase uma a cada minuto. O número de inadimplentes na cidade é de 253.260 (alta de 7% em relação a 2018), cerca de 36,4% da população, estimada em 694.534, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A quantidade de pessoas que buscaram informações ou renegociaram suas dívidas representa 1% do total de devedores no município.
Segundo estudo desenvolvido pela Serasa Experian, em janeiro de 2019, o número de consumidores inadimplentes no país chegou a 61,2 milhões, 3,4% a mais do que em janeiro de 2018, quando eram 60,1 milhões. O montante alcançado pelas dívidas até o primeiro mês deste ano foi de R$ 243 bilhões, com o valor médio de R$ 3.909,00. A maior concentração dos negativados tem entre 41 e 50 anos (19,8% do total). Em segundo no ranking de participação entre os inadimplentes estão pessoas de 61 anos ou mais, que correspondem por 14,8% do total. Os homens representavam 50,8% dos inadimplentes em janeiro/2019.
A maioria das dívidas foi contraída junto aos setores bancários e de cartão de crédito (28% do total). O setor de utilities (energia elétrica, água e gás) respondeu por 19,6% do total de débitos em atraso. O setor de telefonia alcançou 13,1% do montante. Já o setor de serviços respondeu por 10,5% da inadimplência. A região com maior percentual de inadimplentes do país era a Sudeste, com 45,3% do total.