Tribuna Ribeirão
Política

Maiores ameaças à Lava Jato são do Congresso

O desembargador federal João Pedro Gebran Neto, rela­tor dos processos da Operação Lava Jato no tribunal, negou seguimento ao MS. Segundo Gebran, o instrumento proces­sual correto para o pedido de levantamento de constrição de bens é o incidente de restituição de coisas apreendidas e não o mandado de segurança.

O desembargador frisou ainda que a apreciação do pe­dido pelo tribunal seria uma supressão de instância e que a questão deveria ser subme­tida antes ao Juízo de primei­ro grau. “É imprescindível o exame inicial pela autoridade judiciária que determinou a medida”, ressaltou Gebran em sua decisão liminar.

A defesa ajuizou então agravo regimental em man­dado de segurança tentando assegurar o julgamento do pedido pela 8ª Turma, o que ocorreu nesta terça. Entretan­to, por unanimidade, foi man­tida a decisão de Gebran.

O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba, disse que par­tem do Congresso Nacional as maiores ameaças ao trabalho do grupo. O procurador acrescentou que “não será este Congresso que aprovará as medidas contra cor­rupção”. As críticas foram feitas durante um congresso de audi­tores internos, no Riocentro, na zona oeste do Rio.

“Evitar ataques à Lava Jato e avançar reformas depende essencialmente do Congresso Nacional e nós já percebemos, quando o Congresso há um ano destruiu as dez medidas contra a corrupção e as substituiu por uma medida a favor da corrup­ção, que esse Congresso não tem o perfil para aprovar me­didas anticorrupção. Pesquisa­dores já mostraram que países altamente corruptos tendem a não aprovar medidas anticor­rupção porque grande parte de seus parlamentares está envol­vida com esse problema e não cortaria os benefícios dos quais desfruta”, disse o procurador após o evento, respondendo a jornalistas.

Dallagnol disse também que apenas a colaboração da Ode­brecht implicou 415 políticos e 26 partidos e que, em razão disso, e de um senso natural de autopreservação, “a tendência é que se reaja contra as investi­gações”. O procurador citou o que aconteceu na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que, segundo ele, “libertou políticos contra os quais pesam fortes evidencias de corrupção”.

“O que aconteceu no Rio de Janeiro tende a ser uma amostra do que pode vir acontecer no País, no Congresso Nacional, se nós não trocarmos os nosso re­presentantes. “Se a maioria desse Congresso não aprovará medi­das anticorrupção, a alternativa é colocar pessoas que aprovem. Nisso, 2018 representa um mar­co. O que temos visto é um gran­de número de parlamentares que trabalham num sentido oposto ao aprimoramento das institui­ções, ao fortalecimento da trans­parência e à melhoria das regras de licitação”, declarou.

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