Maio registra inflação de 0,46% 

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexador oficial – acelerou de 0,38% em abril para 0,46% em maio, após elevação de 0,16%, de 0,83% em fevereiro e alta de 0,42% em janeiro. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira, 10 de junho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  
 
É o resultado mais alto para o mês desde 2022, quando ficou em 0,47%, e também é superior ao apurado em maio do ano passado (0,23%). A taxa acumulada nos primeiros cinco meses do ano está em 2,27% até maio, ante 1,80% até abril. 
 
Após sete quedas seguidas, a inflação acumulada em doze meses saltou de 3,69% até abril – a menor desde junho de 2023, quando estava em 3,16% – para 3,93% em maio, voltando ao patamar de março, após atingir 4,50% até fevereiro. O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, permanece em 57%, mesma taxa de abril.  
 
A difusão de itens alimentícios passou de 53% em abril para 60% em maio. Já a difusão de itens não alimentícios saiu de 60% em abril para 56% em maio. A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de um aumento de 0,05% em abril para uma alta de 0,40% em maio. 
 
Já os preços de itens monitorados pelo governo saíram de alta 0,74% em abril para aumento de 0,55% em maio. No acumulado em doze meses, a inflação de serviços passou de 4,60% em abril para 5,09% em maio, retomando o patamar de março. A inflação de monitorados em doze meses saiu de 6,26% em abril para 6,09% em maio. 
 
Itens – A alta de 20,61% na batata-inglesa exerceu a maior pressão sobre a inflação de maio, uma contribuição de 0,05 ponto percentual para a taxa de 0,46% registrada no mês pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.  
 
Figuram ainda no ranking de maiores pressões sobre o IPCA de maio o leite longa vida (0,04 ponto percentual), energia elétrica residencial (0,04 p.p.), passagem aérea (0,03 p.p.) e plano de saúde (0,03 p.p.). Na direção oposta, o principal alívio partiu da banana-prata, com queda de preços de 11,74% e influência de –0,03 ponto percentual. 
 
A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%. A taxa de 4,62% em 2023 ficou acima da mediana de 3,25% para o período. Porém, dentro do intervalo estabelecido, entre 1,75% a 4,75%, quebrando sequência de dois anos seguidos além do teto e voltando ao nível de 2020, de 4,52%. O IPCA fechou 2022 em 5,79% e 2021 
 
Grupos – Oito dos nove grupos que integram o IPCA registraram altas de preços em maio. Houve deflação apenas em Artigos de residência (queda de 0,53% e impacto de –0,02 ponto percentual). Entre os aumentos está po de Alimentação e bebidas (0,62%, impacto de 0,13 p.p.) e Saúde e cuidados pessoais (0,69%, impacto de 0,09 ponto). 
 
Os demais aumentos são de Habitação (0,67%, impacto de 0,10 ponto percentual), Despesas pessoais (0,22%, impacto de 0,02 p.p ), Educação (0,09%, impacto de 0,01 p.p.), Vestuário (0,50%, impacto de 0,03 p.p.), Transportes (0,44%, impacto de 0,09 p.p.) e Comunicação (0,14%, impacto de 0,01 p.p.). 
 
INPC – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,476% em maio, ante avanço de  037% em abril, após altas de 0,19% em março e 0,81% em fevereiro, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE.  
 
Com o resultado, acumula alta de 2,42% no ano, ante 1,95% até abril. A taxa em doze meses está em 3,34% até maio, contra elevação de 3,23% até o mês anterior. O indexador mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos (entre R$ 1.412 e R$ 7.060) e chefiadas por assalariados.  
 
INCC – O Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi) subiu 0,17% em maio, ante avanço de 0,41% em abril. No ano, está acumulado em 0,99%. A taxa em doze meses é de 2,31%. Segundo o IBGE, o custo nacional da construção foi de R$ 1.739,26 por metro quadrado em maio. A parcela dos materiais teve redução de 0,05%, enquanto o custo da mão de obra subiu 0,46%. 
 

A inflação por grupos 
Alimentação – O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 0,70% em abril para uma elevação de 0,62% em maio e contribuiu com 0,13 ponto percentual para a taxa de 0,46% do IPCA. O custo da alimentação no domicílio subiu 0,66% em maio. As famílias pagaram mais pela batata inglesa (20,61%), cebola (7,94%), leite longa vida (5,36%) e café moído (3,42%).  
 
A batata inglesa foi o item de maior pressão sobre o IPCA do mês, uma contribuição de 0,05 ponto percentual. Já a banana-prata, que recuou 11,74% em maio, teve o maior impacto negativo, ajudando a conter a inflação do mês em –0,03 ponto percentual. A alimentação fora do domicílio aumentou 0,50% em maio. O lanche subiu 0,78%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,36%. 
 
Transportes – Os gastos das famílias com Transportes passaram de alta de 0,14% em abril para avanço de 0,44% em maio, contribuição de 0,09 ponto percentual para a taxa de 0,46%. As passagens aéreas ficaram 5,91% mais caras, impacto de 0,03 ponto percentual. Os combustíveis subiram 0,45% em maio. O gás veicular teve queda de 0,08%, enquanto os demais subiram: etanol (0,53%), óleo diesel (0,51%) e gasolina (0,45%).