O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na manhã desta quinta-feira, 23, que o jantar de quarta-feira com o presidente Michel Temer foi “produtivo”, mas alertou que o prazo que o governo tem é curto para aprovar a reforma da Previdência na Casa este ano. Maia alertou que a medida é urgente e que a recuperação econômica dos últimos meses corre risco de ser perdida se a reforma não for aprovada. “Tudo isso pode ir embora se nós perdermos essa janela de oportunidades”, declarou.
Maia lembrou que o governo ainda não tem os 308 votos necessários para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em dois turnos, mas que, na quarta-feira, os técnicos fizeram uma demonstração clara da urgência da medida.
Na avaliação de Maia, a sessão do Congresso Nacional, a confusão em torno da mudança de comando na Secretaria de Governo e a posse do ministro das Cidades, Alexandre Baldy, dispersaram os deputados na quarta, por isso o quórum do jantar foi abaixo do número esperado pelo Palácio do Planalto. “Todas essas pautas de alguma forma retiraram parlamentares. Mas as apresentações poderão ser enviadas para aqueles que não participaram, elas estão didáticas e podem ajudar no convencimento de quem não pode participar ontem”, afirmou.
O deputado insistiu que há unidade na base em torno da necessidade das reformas, mas que há um componente político “pesado” em torno da questão da Previdência, pois se passou a impressão de que a PEC retiraria direitos adquiridos. Agora, disse Maia, o texto está “melhor explicado”.
Maia evitou comentar o quanto o impasse sobre a substituição do ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) pode atrapalhar na busca por votos e disse esperar que a pauta dos partidos não interfira nessa articulação. “Não vai influenciar, nós vamos continuar trabalhando. Nós já tivemos outros problemas e conseguimos aprovar matérias importantes. Mas esse é um problema que é do presidente Michel Temer. Ele tem experiência para dar solução a isso”, disse.
O presidente da Câmara negou que vai assumir informalmente a articulação política do tema enquanto não se resolve o impasse sobre a Secretaria de Governo e respondeu que sempre defenderá as pautas do governo que ele pessoalmente acredita. “Na prática aquilo que eu acredito, eu defendo”, enfatizou.