Tammy Casquel e Amanda Casquel, mãe e filha, ambas de Ribeirão Preto, mas com residência em Orlando, na Flórida, Estados Unidos, relataram ao Tribuna, por e-mail, a tensão e o medo que sentiram diante da fúria do furacão Irma, que levou pânico e destruição ao sudeste dos EUA. Tammy, que tem dupla cidadania por ser filha de pai norte-americano, pôde ver de perto a natureza rebelada em um dos fenômenos climáticos mais marcantes e devastadores da história recente daquele país.
Nas palavras da filha Amanda, estudante de Ciências biológicas, aina é possível sentir os momentos mais sofridos e solidários de quem viveu de perto dias angustiantes. O Irma chegou a atingir ventos de 210 quilômetros por hora na região e deixou mais de um milhão de pessoas sem energia elétrica em Orlando antes de avançar em direção da Costa do Golfo, provocando inundações catastróficas – cerca de 3,3 milhões de casas e empresas ficaram sem luz em todo o estado da Flórida.
O número de mortos chegou a 82. Cerca de 1,5 milhão de casas e estabelecimentos comerciais permaneceram sem energia depois de cinco dias após a devastação causada pelo furacão Irma no sudeste dos Estados Unidos. O resort Walt Disney World, em Orlando, só reabriu na última terça-feira (12) depois de passar dois dias fechado por força da passagem do furacão, no domingo (10). Foi a sexta vez que o parque foi fechado em 45 anos — a segunda em menos de um ano (o parque também fechou as portas em outubro do ano passado devido à passagem do furacão Matthew).
‘Vi a solidariedade colocada em prática’
Amanda Jean Garcia
Vieira Casquel
”Vivenciar um fenômeno de tamanha magnitude foi algo singular e, realmente, não podemos prever ou controlar a força da mãe natureza. Ela toma seus próprios cursos e, mesmo com toda a tecnologia, foi impossível mensurar a extensão dessa catástrofe natural. Acompanhei de perto todos os passos que precederam a chegada do furacão Irma: as previsões meteorológicas, pessoas comprando e fazendo seus estoques de água e comida, o trânsito cada vez mais denso e, uma inevitável tensão no ar. Ninguém sabia ao certo o que estava por vir, só sabíamos que o perigo era iminente. Entretanto, posso dizer que mesmo diante de toda essa situação a palavra de ordem aqui foi: segurança.
Os veículos de comunicação fizeram um esforço exímio para deixar a população amparada e auxiliar nas tomadas de decisões. Os supermercados reduziram seus preços e distribuíram água gratuitamente. Os postos de gasolina se mantiveram abertos até o último momento para que todos pudessem abastecer. Os pedágios foram liberados para facilitar o trânsito dos carros. Hoteis em outros estados ofereceram estadia gratuita para os refugiados do furacão. Assim, o bem-estar coletivo imperou nestes últimos dias. A organização e o empenho para garantir que todos ficassem sãos e salvos foi emocionante Pude ver de perto a palavra solidariedade sendo colocada em pratica”.