Presidente avalia fazer o mesmo com a divisa com a Colômbia; oposição planeja entregar ajuda humanitária no dia 23
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira, 21, que fechará a fronteira com o Brasil e avalia fazer o mesmo com a divisa com a Colômbia.
A decisão ocorre a dois dias de a oposição venezuelana iniciar uma operação com auxílio dos dois países vizinhos e dos Estados Unidos para entregar ajuda humanitária à Venezuela.
“Decidi que, no sul da Venezuela, a partir das 20h (21h de Brasília) fica fechada completamente a fronteira com o Brasil, até segunda ordem”, disse o presidente após reunião com o alto comando militar em Caracas.
Sobre a Colômbia, Maduro afirmou que avalia uma medida similar e o armazenamento de ajuda humanitária é uma “provocação barata”.
“Responsabilizo o senhor Iván Duque por qualquer violência na fronteira”, acrescentou o líder bolivariano.
A decisão de Maduro se segue ao fechamento da fronteira marítima com Aruba, Bonaire e Curaçau, o terceiro ponto logístico de entrega da ajuda humanitária planejada pela oposição.
“É melhor prevenir que remediar. Tomem todas as medidas de proteção porque temos de desmontar essas provocações”, concluiu o presidente aos generais que acompanhavam a reunião.
O líder opositor Juan Guaidó, que se dirige à fronteira com a Colômbia em uma caravana, quer reunir uma brigada de voluntários para atravessar a fronteira e buscar alimentos e remédios do lado colombiano. Com a passagem fechada, dificilmente isso aconteceria. Guaidó pede que os militares a cargo dos postos fronteiriços desobedeçam as ordens de Maduro e rompam com o chavismo.
Mais cedo, o deputado opositor venezuelano Américo De Grazia, da Assembleia Nacional, afirmou em sua conta no Twitter que o presidente Nicolás Maduro enviou veículos militares blindados para a cidade de Santa Elena de Uairén, a 12 km da fronteira com o Brasil, para evitar a entrada de ajuda humanitária no país a partir da cidade de Pacaraima, em Roraima.
“O usurpador toma militarmente Santa Elena de Uairén para impedir a entrada de ajuda humanitária para os venezuelanos”, escreveu de Grazia. “No entanto, os povos indígenas Pemones de La Gran Sabana, juntamente com o gabinete do prefeito e os cidadãos, tornarão a solidariedade uma realidade”, completou.
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YURI CORTEZ