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Lula não fez (Bolsonaro fará?)

1. Ontem (11/novembro) completaram-se dois anos de vigên­cia da Reforma Trabalhista e o desemprego no Brasil continua o mesmo. Melhor que isso: a expectativa dos brasileiros não se alterou.

2. Em abril, o governo Bolsonaro, através de medida provisó­ria, lançou a proposta de “Liberdade Econômica” para ajudar a economia, desburocratizar o Estado, facilitar a vida do empresá­rio e estimular a geração de empregos.

3. O Congresso Nacional fez alterações no texto que incluí­ram modificações na CLT, que não estavam nos planos do Presi­dente, dentre as inovações veio a Carteira de Trabalho digital.

4. Em agosto, diante da rápida tramitação da “Liberdade Econômica” e sua aprovação (modificada) por Deputados e Senadores, o governo Bolsonaro sinalizou que estava preparando uma série de medidas trabalhistas.

5. Em setembro, a “Liberdade Econômica” foi sancionada sem vetos na parte das alterações na CLT, virou lei, está em vigor e as medidas trabalhistas não foram lançadas.

6. Em outubro, o governo fechou o pacote de medidas quanto ao funcionalismo público, incluiu a redução de jornada de trabalho e a proporcional diminuição dos ganhos (esse filme já assistimos quanto aos trabalhadores vinculados à CLT) e novamente aquelas medidas trabalhistas pré-faladas não foram embutidas, outra vez.

7. Em novembro, os três projetos de emendas constitucionais foram entregues ao Legislativo e as esperadas medidas trabalhis­tas do atual Executivo deixaram de estar presentes, novamente (será que existem?).

Pergunta-se: Quais medidas trabalhistas são essas? Referem­-se a quais pontos da legislação trabalhista em vigor? Atinge a parte não Reformada em 2017? Ou será a reforma da reforma?

Neste caso (reforma da reforma) é para melhorar o que foi feito (já modernização?) ou para desfazer o que não agradou a determinados seguimentos (sindicatos). Será que Bolsonaro quer a volta das contribuições sindicais? É seu desejo conciliar-se com os sindicalistas para dividir a liderança de Lula, agora livre?

A ideia de uma Reforma trabalhista, Bolsonaro não conflita com as pretensões políticas principalmente neste momento em que lulistas e bolsonaristas vão tentar dividir o espaço eleitoral, com o aproximar das disputas municipais em 2020.

O calendário de Bolsonaro neste primeiro ano no poder (quase absoluto com Lula preso) deve sofrer alterações para mostra-lo mais radical (mais !!!) no combate à linha política do ex-Presidente, agora livre. Ou este terá outra retórica?

Experiente metalúrgico, ex-sindicalista, político-partidário na essência, com liderança incontestável (hoje maior ou menor que em abril/2018 não se sabe), é certo que não jogará fora os 580 dias de estada (e reflexões) no Paraná. Provavelmente exibirá ao país diferenças (além de magro e envelhecido), mas tentando a mesma disposição para enfrentar as demais correntes ideológi­cas, com novos companheiros (será?), prometendo um Brasil… (diferente do que Bolsonaro recebeu, governa e entregará?).

Provavelmente Bolsonaro queira fazer o que Lula não fez: uma reforma trabalhista própria.

Sempre há o que reformar, modernizar, incluindo direitos anunciados e não confirmados, como a Carteira (de Trabalho) Verde e Amarelo; a se escolher, com menos direitos, mas empre­gado. Que o esquecimento de Bolsonaro seja temporário.

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