O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu que, até o final de seu terceiro mandato, o botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, fará parte da cesta básica. A inclusão do produto no pacote de itens essenciais custará R$ 13 bilhões do Orçamento da União.
Ao comentar sobre o valor, Lula voltou a criticar o mercado financeiro, ao falar que o sistema reage mal aos anúncios de investimentos voltados para a população mais carente. De acordo com o presidente, a inclusão do gás de cozinha na cesta básica só irá começar em 2025, por conta do Orçamento.
“Ontem, me disseram que o mercado está nervoso, o dólar aumentou, o programa vai custar R$ 13 bilhões no final de 2026. E é engraçado porque toda vez que a gente faz coisa para os pobres, o mercado fica nervoso”, disse Lula, em evento de anúncio de investimentos do governo federal à Paraíba nesta sexta-feira, 30 de agosto.
O presidente pontuou, porém, que quando o Senado aprovou, na semana passada, o projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores e dos pequenos e médios municípios, não houve reação negativa do mercado financeiro. “Não vi o mercado ficar nervoso, é porque eles fazem parte do mercado, o dinheiro da desoneração era para eles, mas quando é para o pobre, eles ficam nervosos.“
Ao destacar a importância de fazer o dinheiro circular, o petista continuou as críticas: “É isso que os ignorantes do mercado têm que perceber. Todo mundo ganha quando o dinheiro circula.” Na fala, ele rebateu as críticas de que isso representaria um gasto para o governo: “Quando faz benefício para povo pobre, custa caro”, respondeu.
“Nós tomamos a decisão de que, até 2026, o gás será dado de graça para 21,6 milhões famílias”, disse. “O gás vai fazer parte da cesta básica.” Na avaliação do presidente da República, o gás de cozinha tem que ser tratado como algo “elementar” para a população. “Da mesma forma que ele cidadão quer feijão, quer arroz, ele precisa do gás para cozinhar tudo isso.”
Na declaração, Lula já se prontificou a rebater críticas sobre o dinheiro direcionado aos benefícios. “O que é caro nesse país é nossa dívida, pagamento de juros. Isso que é caro. Não fui eleito pelo mercado, acho que eles nunca votaram em mim. Então, eu não governo para o mercado, governo para o povo”, afirmou.
Nesta semana, o presidente já havia cobrado a inclusão do gás de cozinha na cesta básica. “O gás é barato. A Petrobras não tem o direito de queimar gás. Ela tem o direito de trazer o gás e colocar o gás à disposição desse povo. Para que o povo pobre possa fazer comida, se não vai fazer a volta à lenha”, declarou Lula, na segunda-feira (26), ao participar de solenidade no Ministério de Minas e Energia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o mercado em evento de anúncio de investimentos do governo federal à Paraíba nesta sexta-feira, 30 de agosto