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Lula critica corte de verba humanitária

Lula: "No momento em que o povo palestino mais precisa de apoio, os países ricos decidem cortar a ajuda humanitária à agência da ONU para refugiados” (Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou nesta quinta-feira, 15 de fevereiro, como “desumanidade” e “covardia” contra o povo palestino, a decisão de “países ricos”, entre eles os Estados Unidos, de cortar as contribuições milionárias à Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA).  
 
O órgão foi acusado governo de Israel de colaboração com o grupo terrorista Hamas. O presidente alertou que a incursão terrestre das Forças de Defesa de Israel em Rafah, ao Sul de Gaza, para onde fugiram 1,4 milhão de refugiados, prenuncia uma calamidade e contraria decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) para que o país evitasse atos de genocídio na guerra. 
 
“No momento em que o povo palestino mais precisa de apoio, os países ricos decidem cortar a ajuda humanitária à agência da ONU para refugiados palestinos. É preciso por fim a essa desumanidade e covardia. Basta de punição coletiva”, disse Lula, em discurso na Liga dos Estados Árabes, perante embaixadores representantes dos 22 países. 
 
Lula voltou a prometer, novamente sem citar valores, que vai reforçar as doações do Brasil ao órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) encarregado de ações humanitárias, como distribuição de alimentos, água, atendimento médico e escolar aos palestinos. “Meu governo fará novo aporte à UNRWA e exortamos todos os países a manter e reforçar suas contribuições”, assegurou o presidente. 
 
Israel acusou doze funcionários da agência de participação nos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023. O massacre deflagrou a guerra em curso na região. A inteligência israelense apontou ainda militância dupla e supostos vínculos de outros 190 colaboradores da agência com radicais do Hamas e da Jihad Islâmica.  
 
Depois, ainda afirmou que uma sede da UNRWA em Gaza ocultaria túneis e seria usada para fornecer energia a infraestruturas terroristas. A ONU demitiu funcionários e abriu uma investigação sobre o caso António Guterres, secretário-geral da ONU, chegou a falar em “infiltração” do Hamas e prometeu agir imediatamente em caso de novas denúncias, mas pediu a retomada das doações. 
 
A agência depende de contribuições voluntárias. Cerca de 95% do orçamento vem de transferências governamentais. Conforme balanços recentes, a UNRWA teve orçamento de US$ 1,17 bilhão, em 2022. Os maiores doadores foram países membros da União Europeia (US$ 520 milhões) e os Estados Unidos (US$ 344 milhões). O Brasil transferiu apenas US$ 75 mil. 
 
As recentes denúncias contra funcionários da agência precisam ser devidamente investigadas, mas não podem paralisá-la”, disse Lula aos embaixadores árabes. Segundo ele, a situação na Cisjordânia “está se tornando insustentável” e os efeitos do conflito prolongado em Gaza levam a cenários “imprevisíveis e catastróficos muito além do Oriente Médio”. 
 
Durante a viagem ao Cairo, o presidente brasileiro fez um pronunciamento em sessão extraordinária na Liga Árabe e conversou com o secretário-geral da entidade, o ex-chanceler egípcio Ahmed Gheit. Antes, também no Cairo, ele fez uma reunião com o presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sissi. 
 

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