Jogar na Europa é o sonho de qualquer atleta de futebol do planeta. Dinheiro, glamour, grandes clubes e tantas outras regalias. É isso que vem na cabeça de muitas pessoas quando se fala de jogadores que estão atuando no futebol europeu.
Mas, essa não é a realidade de todos os jogadores de futebol. Alguns estão realizando o sonho de jogar na Europa, mas em clubes mais modestos, que compõem as divisões de acesso.
Esse é o caso do ribeirão-pretano, Geovane Henrique, 28 anos, que há cinco temporadas defende o Wormata Worms, da cidade de Worms, localizada no sudoeste da Alemanha, e disputa a Regionallige, espécie de quarta divisão do futebol alemão.
Em entrevista exclusiva ao Tribuna Ribeirão, ele falou sobre a vida no país europeu e a adaptação ao longo dos anos.
“Já me adaptei, porém sempre há oportunidade de evoluir e aproveitar o momento que estou vivendo aqui, seja na questão profissional, como também no meu crescimento pessoal. Há muita diferença em relação a comida, clima, língua e cultura. Todavia, no futebol estou desenvolvendo muito meu conhecimento técnico, disciplina e a flexibilidade em atuar em outras posições como por exemplo, ponta-esquerda e direita, meia-esquerda e evoluindo ainda mais na minha posição de origem que é lateral-esquerdo. Isso, aliado ao que temos de forte no futebol brasileiro que é o talento, habilidade, alegria em jogar e a ousadia nas jogadas que tem me tornado um jogador mais completo”, analisou.
Há cinco temporadas atuando na Alemanha, Geovane aproveitou para passar sua impressão do jogo praticado no país. Ele elogiou a disciplina tática e também revelou porque gosta de morar por lá.
“A minha avaliação do futebol alemão é que nele tem muita intensidade em todo o jogo, muita mudança de formação durante a partida e posicionamento e muita força física. Há muito foco em toda a parte técnica, por exemplo: estudos detalhados dos treinos, jogos, adversário tanto no coletivo quanto no individual. O que eu mais gosto no país é estilo de vida, segurança e no futebol o que eu gosto, é poder colocar minha alegria em driblar dentro de um futebol robusto”, afirmou.
Com passagem pelo Taquaritinga, Geovane esteve no Comercial em 2018, mas não pôde atuar por conta da idade. O campeonato era sub-23 e o lateral-esquerdo já tinha estourado a idade.
“Eu não joguei devido à idade e por conta da federação que estava em dúvida se liberava três atletas acima da idade. Eu estou muito feliz onde estou no momento, mas tenho um carinho especial pelo Comercial, porém, qualquer oportunidade, nesse ou outro clube, sempre avaliarei com muito carinho”, contou.
Agora adaptado, Geovane relembrou do começo de sua trajetória na Alemanha, quando se comunicava com os companheiros através de gestos.
“A dificuldade já começou na vinda, por estar em um país novo que eu não fazia ideia alguma de como seria, sem falar a língua. Quando cheguei foi desafiador e ao mesmo tempo muito engraçado ter que me comunicar com meus colegas e treinadores através de gestos, como se fosse linguagem de sinais. Atualmente isso já não é mais necessário porque eu tive a oportunidade de estudar a língua alemã e inglesa e consigo me virar”, finalizou.