Tribuna Ribeirão
Esportes

Livro sobre emoções dos torcedores fanáticos será lançado no Museu do Futebol no dia 11 de fevereiro

ALINE MARQUES

O Museu do Futebol, um dos principais ícones da história do esporte na capital paulista, será palco, no próximo dia 11 de fevereiro, do lançamento do livro “Fisiologia das Emoções no Futebol”, das pesquisadoras Aline Colares e Heloísa Reis, li­gadas à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A obra apresenta um es­tudo inédito que detalha as reações do organismo de tor­cedores fanáticos durante par­tidas de futebol. As autoras avaliaram cientificamente as emoções durante dois jogos do Corinthians – um dos mais importantes clubes de futebol do país – medindo marcadores bioquímicos associados à sina­lização emocional em diferen­tes situações: ver o time fazer um gol, perder uma chance de gol, sofrer um gol, além da vi­tória ou derrota.

Segundo Aline Colares, o engate entre a sociologia e a fi­siologia do esporte se estabele­ce quando a experiência emo­cional dos torcedores na hora da partida é agregada a uma análise dos marcadores bio­químicos (cortisol e glicose) e hemodinâmicos (pressão arte­rial e frequência cardíaca) para as investigações da trilha emo­cional impressa no corpo pelo ato de torcer pelo seu time.

“É a primeira vez que a impressão biológica das emoções desencadeadas pela vivência esportiva é destaca­da como evidência científica e como objeto de estudo da educação física”, ressalta.

Durante o estudo, que aconteceu entre 2016 e 2019, as pesquisadoras analisaram mais de 117 mil batimentos cardíacos, dezenas de coletas de sangue e cortisol salivar, respostas para o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e In­ventário de Depressão de Beck (BDI), além das avaliações dos resultados de acompanha­mento de pressão arterial dos participantes em três situações diferentes: dia rotineiro, dia de jogo de final de campeonato, e dia de jogo no meio do torneio, sem caráter decisivo.

“Conseguimos enxergar, por exemplo, que em um dia de disputa de final de campe­onato, os fanáticos por futebol já acordam com seus níveis de cortisol mais elevados. Outro fato curioso é que, apenas pela análise dos níveis de cortisol e frequência cardíaca, é possível deduzir o que está acontecen­do no jogo: uma chance de gol perdida, uma defesa de pênalti, uma derrota, e até se a partida já chegou ao fim”, explica.

Quatro anos de estudos
Aline e Heloísa se dedica­ram aos estudos por cerca de quatro anos. Professora titu­lar aposentada da Unicamp e uma das maiores autorida­des em pesquisa esportiva do Brasil, Heloísa afirma que o livro traz os resultados de um estudo sugerido por Norbert Elias, um dos mais importan­tes sociólogos do século 20.

“A ideia da pesquisa surgiu no livro A Busca pela Excita­ção, escrito por Norbert Elias e seu ex-estudante Eric Dun­ning, homem que tive a honra de chamar de mestre e amigo. Ter concretizado este estudo de forma inédita é, sem dúvi­da, uma das realizações mais gratificantes da minha carrei­ra”, afirma a pesquisadora.

Heloísa conta ainda que o li­vro é resultado de um encontro marcado pelo destino. “Eu pro­curava há anos por um especia­lista em fisiologia para propor a pesquisa sugerida por Norbert Elias. Em 2016, Aline Colares chegou até mim com o convite para ser sua orientadora no dou­torado que ela já havia iniciado na Unicamp. Propus a pesquisa, ela topou na hora. O resultado não poderia ser melhor”, diz.

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