Tribuna Ribeirão
Cultura

Live vai debater roteiros de filme

Nesta sexta-feira, 21 de agosto, às 19 horas, a Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto promove um bate-papo online com o tema “A Letra na Tela: Adaptação Livro-Filme”. A live será transmitida pelo Instagram @fundacaolivrorp e vai reunir dois especialistas na área: o autor e roteirista Marçal Aquino, e o produtor de cine­ma Rodrigo Teixeira, que será mediador do encontro.

Marçal Aquino nasceu em Amparo (SP) e é escritor, jor­nalista e roteirista de cinema e de televisão. Publicou, entre outros livros, os romances “O Invasor” (2002) e “Eu recebe­ria as piores notícias dos seus lindos lábios” (2005), que re­ceberam mais tarde célebres adaptações para o cinema pelas mãos do diretor Beto Brant e de Renato Ciasca – e tiveram participação de atores como Malu Mader, Mariana Ximenes, Paulo Miklos, Mar­co Ricca, Alexandre Borges e Camila Pitanga.

Nascido no Rio de Janeiro e criado em São Paulo, Rodrigo Teixeira é um premiado pro­dutor de cinema, com carrei­ra internacional. Só em 2019, representou três filmes no im­portante Festival de Cannes: “The Lighthouse”, de Robert Eggers, “A vida invisível de Eurídice Gusmão”, de Karim Aïnouz, e “Port Authority”, de Danielle Lessovitz com par­ticipação de Martin Scorsese, entre os coprodutores.

Neste encontro, os dois pretendem discutir o univer­so instigante das adaptações cinematográficas e vão des­tacar como livros inteiros são roteirizados até se trans­formarem em um produto audiovisual original. Para saber mais informações e acompanhar as novidades da programação semanal da “40tena cultural” da Fundação do Livro e Livro, basta acessar as redes sociais da entidade.

Marçal Aquino
Neste campo artístico, Marçal Aquino tem grande experiência. Um de seus livros adaptados (e que serão comen­tados na live), “O Invasor” nem havia sido finalizado quando começou a ser gravado para as telas. “Foi um processo bem peculiar, porque eu só tinha escrito um terço do livro quando mostrei para o Beto Brant e ele se interessou pelo material. Eu nem sabia ainda do desfecho, porque gosto de trabalhar no escuro e de ir descobrindo a história confor­me a escrevo”, comenta.

O autor acabou até mesmo abandonando o romance por um tempo, passando a traba­lhar unicamente no roteiro para cinema. Tanto que o filme (2001) nasceu antes do livro (2002). Essa foi apenas uma de suas experiências com adap­tações. Outra delas aconteceu com o livro “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, publicado em 2005.

Dessa vez, o processo foi mais ameno, já que, segun­do Aquino, o livro “já estava pronto”. “Essa história de você fazer roteiro de um enredo inacabado é mais complicado. O ‘Eu receberia’ foi mais tran­quilo. A gente trabalhou muito rápido: o livro foi lançado em 2005 e nós escrevemos esse ro­teiro em 2006”. Até conseguir dinheiro para as filmagens, alguns anos se passaram, mas em 2011 o filme foi lançado.

Aquino brinca que o pró­prio título desse livro foi um folclore à parte. “No começo, ninguém gostava. Eu comen­tava que estava escrevendo um livro com esse título e o pes­soal se indignava, perguntan­do como é que o leitor iria se lembrar de algo grande assim”. Um amigo do escritor chegou mesmo a dizer que parecia “um verso ruim de bolero” e até mesmo Rubens Fonseca lhe telefonou para dizer que o título deveria ser “Lavínia”.

Mas, depois de publicado, ele diz que todos gostaram. “Tem gente que conta que comprou por causa do título. A revista Playboy naquele ano elegeu o título mais sexy da literatura brasileira. E ele acabou fican­do consagrado”, conta. Mesmo já premiado com um Jabuti e com o Prêmio V Bienal Nestlé de Literatura, Marçal Aquino não perdeu a humildade.

“O fato de eu ter escrito o livro não significa que eu sai­ba mais sobre os personagens e sobre as situações do que quem lê. Normalmente quem lê o faz de uma forma diferente da minha – e é rico que seja as­sim, que a literatura tenha essa possibilidade de abrir tantos horizontes. Uma adaptação é apenas uma leitura que aquele diretor faz do livro”.

Rodrigo Teixeira
O produtor de cinema e mediador da conversa, Rodri­go Teixeira, revela que tanto a literatura como o cinema entraram na sua vida ainda quando era criança, quando foi alfabetizado. “Minha mãe me incentivou a ler e eu lia todas as noites”, conta.

A produção cinematográ­fica de Teixeira está entrelaça­da aos livros que o encantam. “Para adaptações eu tenho que se apaixonar pela história. Se eu não me apaixonar não vou fazer. Qualquer filme que eu faça inspirado num livro, vou trabalhar desta forma”.

Para Teixeira, quando você lê um livro, dirige a sua própria versão da história, mas quando assiste a um filme está vendo a versão de alguém e pode gos­tar ou não. “Cada um filma algo próprio”, finaliza. Rodri­go Teixeira é hoje membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas nos Estados Unidos e fundador da produ­tora RT Features.

No mercado internacional, já produziu longas como “Fran­ces Há” (2013), “A Bruxa” (2016) e “Me chame pelo seu nome” (2017), vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado. No Brasil, produziu “A Vida Invisí­vel de Eurídice Gusmão”, exibido no último Festival de Cannes e vencedor da mostra Un Certain Regard. No mesmo ano, estreou ainda “O Farol”, com Willem Dafoe e Robert Pattinson, exi­bido na Quinzena dos Realiza­dores e vencedor do Prêmio da Crítica Internacional.

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