Tribuna Ribeirão
Cultura

Live fará tributo a Moraes Moreira

DARIO ZALIS/DIVULGAÇÃO

Na primeira reunião do grupo depois da morte de Moraes Moreira, seu principal compositor, os Novos Baianos anunciam que farão uma live neste sábado, 8 de agosto, às 17h30. O show com Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão será exibido no canal do You­Tube da marca de cerveja De­vassa. Os artistas vão se reu­nir no Rio de Janeiro, em um ambiente que remete ao sítio folclórico dos anos 70, onde o grupo vivia em comunidade.

As arrecadações serão des­tinadas ao Retiro dos Artistas, que abriga idosos que pas­saram pela cena cultural do Brasil, para o Cortejo Afro, grupo que faz apresentações ligadas à cultura africana e que possui mais de 130 in­tegrantes, entre produtores e familiares que estão há mais de 120 dias sem trabalhar.

Um dos diretores do gru­po, Gabriel D’Angelo, fala sobre o projeto: “Temos um histórico de incentivo à mú­sica brasileira e, nesse mo­mento, encontramos uma maneira de contribuir de uma forma efetiva e imedia­ta para toda a cadeia que faz os shows acontecerem”.

Moraes Moreira morreu em 13 de abril, aos 72 anos. A causa da morte foi um en­farte do miocárdio. Nascido Antônio Carlos Moraes Pires, em Ituaçu, na Bahia, se projetou na carreira com o grupo Novos Baianos, ao lado de Baby do Bra­sil, Pepeu Gomes, Dadi, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, poeta com quem escreveu os su­cessos “Preta Pretinha” e “Mis­tério do Planeta”. Em 1975, ele saiu da banda e iniciou uma vitoriosa carreira solo, tornan­do-se um dos pioneiros do trio elétrico no Brasil.

Moraes Moreira começou tocando sanfona de doze bai­xos em festas de São João e outros eventos de Ituaçu. Na adolescência aprendeu a tocar violão, enquanto fazia curso de ciências em Caculé, na re­gião sudoeste da Bahia. Mu­dou-se para Salvador, em se­guida, onde conheceu Tom Zé, e também entrou em contato com o rock n’ roll.

Mais tarde, ao conhecer Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, formou o conjun­to Novos Baianos, onde ficou de 1969 até 1975. Em 1975, saiu em carreira solo. No total, ele lançou mais de 60 discos entre a carreira solo, Novos Baianos, Trio Elétrico Dodô e Osmar, além da parceria com o guitarrista Pepeu Gomes.

Outros sucessos de Mo­raes Moreira, entre tantos outros, são “Brasil pandeiro”, “Pelas capitais”, “Besta é tu”, “Meninas do Brasil”, “La vem o Brasil descendo a ladeira”, “Vassourinha elétrica/Vassou­rinhas”, “Sintonia”, “A bola”, “Pombo Correio”, “Na cadên­cia do samba”, “Chão da pra­ça”, “Lenda do Pégaso” e “Por que parou, parou por que?”.

Os Novos Baianos lança­ram em 1972, pela Som Livre, “Acabou Chorare”, o segundo álbum de estúdio – o primei­ro foi “É ferro na boneca” (1970). O long play (LP) é apontado por muitos críticos como o melhor disco da MPB de todos os tempos. Quase 60 anos após seu lançamento, permanece como um dos mais importantes da música popu­lar brasileira e também um dos mais influentes.

Novas gerações de músi­cos, especialmente cantoras como Vanessa da Mata, Ma­risa Monte, Céu, Roberta Sá, Mariana Aydar, beberam de sua fonte e, além de sua fama, gozou de amplo reconheci­mento crítico. Em 2007, na eleição da lista dos 100 maio­res discos da música brasileira feita pela Rolling Stone, “Aca­bou Chorare” apareceu em primeiro lugar, sendo consi­derado obra-prima pelos estu­diosos, produtores e jornalistas convocados para a votação.

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