Desde o mês de março, a Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto promoveu a “40tena Cultural” – projeto que visa levar semanalmente ao seu público, de forma remota, atividades culturais como lives, oficinas, shows, bate-papos, debates, Clube do Livro, contação de histórias, entre outras.
Para finalizar o ano de 2020, a instituição promove, nesta quarta-feira, 16 de dezembro, às 19 horas, um bate-papo sobre o tema “Corpos Dissidentes: Representações na literatura e no cinema”, com o jornalista, diretor, roteirista e ator Pedro França.
A conversa que será mediada pela atriz, diretora e dramaturga Eme Barbassa acontecerá no Instagram, Youtube e na nova plataforma da fundação https://www.fundacaodolivroeleiturarp.com/, às 19 horas. Segundo Pedro França, a live vai investigar como acontece a representatividade nesses meios, além dos impactos que a sua ausência traz para a sociedade.
“Precisamos investigar a representatividade e a cultura como elementos fundamentais para nós, enquanto sociedade. A cultura precisa ter narrativas, vozes e corpos para além do branco, masculino, cisgênero, heteronormativo e padrão. Isso não representa a sociedade”, destaca o jornalista.
Outro ponto de importância do debate, segundo ele, é trazer luz a essas questões e reafirmar que todos os espaços precisam ser diversos, que a representação precisa ser um compromisso das empresas e estruturas. O diretor ainda cita uma das principais pesquisas do Google, “como ser antirracista”, como um marco importante que ocorreu durante o ano.
Mas alerta que todos precisam cobrar e fazer com que isso deixe de ser um discurso para sair bem na foto e se torne de fato uma política pública. Para França, ainda existe esperança em recuperar o diálogo, deixando de lado o discurso de ódio, notícias falsas e armamento. “Isso não traz benefício para a sociedade, é historinha para boi dormir. Meu maior prazer em debater está em construir consenso de que precisamos nos unir”, diz o jornalista.
Pedro França
É diretor e roteirista do documentário “Ecos”, sobre o assassinato de Toninho do PT, prefeito de Campinas executado em 2001, selecionado para o festival “É Tudo Verdade” (2009). Como jornalista, trabalhou em redações de jornais e revistas de circulação nacional.
Na TV Globo, passou de 2015 a 2018 pelos programas “Esquenta”, da Regina Casé, e “Estrelas”, da Angélica. No GNT foi roteirista da segunda temporada da série documental “Quebrando o Tabu” (2019), da Spray Filmes, sendo responsável pelos episódios “Liberdade de Expressão Vs. Discurso de Ódio”, “Religião e Política”, “Depressão” e “Adoção”.
Assina o roteiro da segunda temporada do programa “Que História é Essa?”, de Fabio Porchat, exibido no GNT e na Globo. Assinou a direção e roteiro do videoclipe “Pedrinho”, da cantora Tulipa Ruiz (vencedor de melhor filme no Festival de Cinema de Vitória na categoria Video Musical, melhor filme e direção no Los Angeles International Music Video e indicado ao MVF, Music Video Festival).
Também é responsável pelo videoclipe “Ninguém Perguntou por Você”, da Letrux, “De Ontem”, da Liniker (vencedor de melhor direção de arte no LAMVF e selecionado para o Bogotá Music Video), “Alô, Alô Marciano” e “Djanira”, da Illy, e “Náufrago”, da Majur.
Fundador do coletivo Representa, dedica-se a projetos audiovisuais e campanhas com foco na promoção da representatividade e dos direitos humanos. Atualmente, está em processo de documentário sobre representatividade LGBTQIA+ na política institucional e desenvolve série que investigará as raízes do ódio a LGBTQIA+. Integra o elenco do espetáculo “Pá de Cal”, de Jô Bilac, interrompido pela pandemia.