Isac Jorge *
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Eu tinha 11 anos de idade e morava no Instituto Gammon, em Lavras (MG), quando ouvi pela primeira vez falar de Chico Xavier nas conversas com os colegas de Abadia dos Dourados, muitos deles pertencentes a famílias espíritas. Um deles me emprestou um livro chamado “Lindos casos de Chico Xavier”, relatando situações ocorridas em Pedro Leopoldo (MG).
Assim, o nome do Chico não me era estranho quando Papai convidou-me para ir com ele visitar o médium na casa de Dona Aristina, avó de meu querido amigo Helvécio. Dona Aristina morava à Avenida Olegário Maciel, em Monte Carmelo, e era vizinha do Vovô Cozac. Ela era mãe do Zuzu, nosso Waldo Vieira, que trabalhava com o Chico em Uberaba e o trazia algumas vezes para descansar um pouco de sua labuta diária.
Nesta ocasião presenciei um fato que me impressionou. Falava-se que quando você dava um lenço nas mãos do Chico esse lenço voltava perfumado. Papai quis colocar a prova esse fenômeno e disse ao médium: “Chico, coloque perfume no meu lenço, por favor”. A resposta foi imediata: “Já está perfumado”. Papai cheirou o lenço e perplexo constatou que de fato o lenço estava perfumado. E Chico não havia tocado nele.
Até hoje fico intrigado com o ocorrido. O que seria? Rapidamente procuro parar de pensar no assunto, porque realmente não encontro explicação racional dentro do meu cartesianismo. Não sei se com 11 anos era mais fácil ou mais difícil entender, mas hoje ainda não sei bem de tantas coisas, menos do que sugere nossa vã Filosofia.
* Médico graduado Pela FMRP-USP e doutor em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo: membro emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões