A eleição para a Mesa Diretora da Câmara de Ribeirão Preto, marcada para 28 de novembro, na última sessão ordinária do mês, já está definida. Pela primeira vez na atual legislatura (2017-2020), um presidente será reeleito. Como o Tribuna já havia antecipado, o Grupo dos 17 (G- 17) rachou de vez e parlamentares da situação e da oposição no Legislativo se uniram para manter o pedetista no cargo.
Se não ocorrer nenhum tsunami na hora da votação, Lincoln Fernandes será eleito com 16 votos, assim como o restante da Mesa Diretora. Orlando Pesoti (PDT) será o primeiro vice-presidente e Paulinho Pereira (Cidadania), o segundo Renato Zucoloto (PP) vai assumir a primeira secretaria e Waldyr Villela (PSD) será o segundo secretário.
Para viabilizar o acordo, a oposição ganhou o direito de indicar dois nomes para a Mesa Diretora – Paulinho Pereira e Renato Zucoloto. Por enquanto, o G-16 tem os votos dos cinco prováveis integrantes da Mesa Diretora e de mais onze vereadores. Da oposição, além de Pereira e Zucoloto, estão na lista Marcos Papa (Rede), Glaucia Berenice (PSDB), Bertinho Scandiuzzi (PSDB), Maúrício Gasparini (PSDB), Elizeu Rocha (PP) e Rodrigo Simões (PDT).
Também votarão em Lincoln Fernandes os situacionistas Adauto Honorato, o “Marmita” (PR), Isaac Antunes (PR), Maurício Vila Abranches (PTB), Otoniel Lima (PRB) – pode deixar o cargo antes da votação por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), sendo substituído por Luiz Antônio França (PDT) – e Jean Corauci (PDT).
Marco Antônio Di Bonifácio, o “Boni” (Rede), também admite a possibilidade de votar em Lincoln Fernandes, mas diz que vai depender de quem será o outro candidato. A reviravolta ocorre porque o grupo de 17 parlamentares que comanda a Casa de Leis há três anos, desde 2017, rachou de vez. A articulação é uma manobra para barrar o nome de Fabiano Guimarães (DEM) à presidência.
Vereadores que participaram das várias reuniões promovidas pelo G-17 disseram ao Tribuna que não havia consenso em torno do nome de Fabiano Guimarães para comandar a Câmara em 2020 e que o acordo já estava na gaveta. Em 29 de outubro, por exemplo, em uma reunião considerada por quem participou como “quente demais”, alguns parlamentares do grupo, como Igor Oliveira (MDB), teriam dito para Guimarães que não votariam nele de jeito nenhum.
Outra reunião realizada para tentar buscar consenso seria realizada na última quinta-feira, 31 de outubro, mas acabou sendo cancelada, já que não havia clima. A eleição da próxima Mesa Diretora tem de ser definida em 28 de novembro, como determina o Regimento Interno (RI) da Câmara.
O atual presidente deverá protagonizar a primeira reeleição da atual legislatura, já que, pelo acordo do G-17, deveria ocorrer um revezamento. Já presidiram o Legislativo Rodrigo Simões (PDT), em 2017; Igor Oliveira, em 2018; e agora Fernandes, em 2019.
Fabiano Guimarães já disse ao Tribuna que tem trabalhado para apaziguar ânimos e que busca a conciliação. Em outubro, acreditava que os vereadores deveriam honrar o acordo feito no ano passado. “Estou trabalhando em busca do consenso”, afirmou. Já Lincoln Fernandes afirma que sua prioridade neste momento é continuar administrando o Legislativo.
De certo, pelo menos até o momento, é que a na composição da futura Mesa Diretora estão os nomes de Alessandro Maraca (MDB) e Jean Corauci (PDT) para as duas vice-presidências e de Waldyr Villela (PSD) para a uma das duas secretarias. Mas, como ainda serão realizadas novas reuniões, tudo pode mudar e novas disputas internas ainda podem ocorrer.
O futuro presidente terá de administrar o dia a dia de uma Câmara com 93 servidores concursados e 135 comissionados, o que acabará tomando grande parte do seu tempo em pleno período eleitoral. No ano passado, a atual Mesa Diretora da Câmara foi eleita com 17 votos a favor e dez contra.
Lincoln Fernandes venceu Marcos Papa (Rede) e foi eleito presidente para o mandato de um ano, mas agora surge a possibilidade de reeleição. Em 2016, em meio ao escândalo da Operação Sevandija e com nove parlamentares afastados, Viviane Alexandre (PSC), Gláucia Berenice (PSDB) e Bertinho Scandiuzzi (PSDB) se revezaram na presidência.
Rodrigo Simões (PDT) foi eleito no início da atual legislatura, em 2017, e optou por não concorrer ao cargo novamente em 2018. Igor Oliveira (MDB) foi eleito e também não quis tentar a reeleição neste ano. Além de Lincoln Fernandes na presidência, o grupo da situação emplacou os demais componentes da Mesa Diretora.
Otoniel Lima (PRB) é o primeiro vice-presidente, Paulo Modas (Pros) o segundo vice, Jean Corauci é o primeiro secretário e Adauto Honorato, o “Marmita”, o segundo. As cinco disputas terminaram com 17 votos favoráveis ao bloco vencedor e dez para o adversário.
Lincoln Fernandes, atual presidente, deverá protagonizar a primeira reeleição da atual legislatura: acordo do G-17 determinava revezamento
A futura Mesa Diretora
Presidente
Lincoln Fernandes (PDT)
Vice-presidentes
Orlando Pesoti (PDT)
Paulinho Pereira (Cidadania)
Secretários
Renato Zucoloto (PP)
Waldyr Villela (PSD)
Aliados
Marcos Papa (Rede)
Glaucia Berenice (PSDB)
Bertinho Scandiuzzi (PSDB)
Maúrício Gasparini (PSDB)
Elizeu Rocha (PP)
Rodrigo Simões (PDT)
Jean Corauci (PDT)
Adauto Honorato, o “Marmita” (PR)
Isaac Antunes (PR)
Maurício Vila Abranches (PTB)
Otoniel Lima (PRB)
Ainda sem voto definido
Fabiano Guimarães (DEM)
Andre Trindade (DEM)
Alessandro Maraca (MDB)
Igor Oliveira (MDB)
Marinho Sampaio (MDB)
Nelson Stefanelli, o “Nelson das Placas” (PDT)
Luciano Mega (PDT)
Paulo Modas (Pros)
Jorge Parada (PT)
Marco Antônio Di Bonifácio, o “Boni” (Rede)
João Batista (PP)