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Liderança feminina e mulheres na ciência

Reconhecer o trabalho das mulheres cientistas é pressu­posto fundamental para a participação feminina igualitária no campo das ciências. O fato não deve ser lembrado apenas neste 11 de fevereiro, data que, desde 2016, após resolução aprovada na Assembleia Geral da ONU, celebramos o Dia In­ternacional das Mulheres e Meninas nas Ciências. De acordo com a Unesco, apenas 28% dos pesquisadores do mundo são mulheres. No Brasil, elas representam 54% dos doutorandos e publicam 70% dos artigos científicos do país, embora rece­bam apenas 24% das bolsas de produtividade.

Diante deste contexto, o Estado de São Paulo se orgulha de contar com uma expressiva presença de mulheres em cargos de liderança no ecossistema paulista de ciência, tecnologia e inovação.
Um recorde. Pela primeira vez na história, as vice-reitorias das três universidades estaduais paulistas são ocupadas por mulheres, bem como a presidência do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, hoje ocupada pela ex-diretora da Escola Politécnica da USP, Liedi Bernucci, e a própria Secre­taria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, hoje comandada por uma dobradinha feminina, comigo à frente da pasta e a Secretária-Executiva Marina Bragante ao meu lado na definição das políticas públicas de CT&I para o Estado.

Evidentemente, não caberia nesse espaço nomear todas as mulheres que contribuem para o avanço da ciência no Estado. Durante a pandemia, suas contribuições nas áreas da saúde e das ciências biológicas, bem como na linha de frente de enfrentamento ao vírus foram inestimáveis.

É por isso que neste 11 de fevereiro entregaremos, pela primeira vez, o Prêmio Ester Sabino para Mulheres Cientis­tas. Com o objetivo de laurear pesquisadoras que contribuem para o desenvolvimento científico do Estado de São Paulo, o prêmio irá contemplar duas mulheres cientistas de grande destaque em duas categorias: de pesquisadora sênior, re­servada às cientistas com idade acima de 35 anos e carreira nacional e internacional consolidadas, e a de jovem pesquisa­dora, direcionada para cientistas com idade de até 35 anos e destacado potencial científico.

As cientistas contempladas foram eleitas por meio de vo­tação popular, que contou com mais de 14 mil votos, após se­leção prévia de uma comissão julgadora. O nome do prêmio homenageia a professora da Faculdade de Medicina da USP, líder do grupo responsável pelo sequenciamento do genoma do coronavírus no Brasil, apenas dois dias após a confirmação do primeiro caso de covid-19 em território nacional.

A criação do prêmio, anunciada no ano passado, é um lem­brete de que o reconhecimento do papel das mulheres nas ciên­cias deve ser uma regra, e não uma exceção. O mesmo vale para o financiamento adequado da ciência, tecnologia e inovação. Nos últimos três anos, na gestão João Doria, o orçamento atual do sistema de CT&I do Estado, que engloba instituições como as universidades públicas estaduais, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas e a FAPESP, ultrapassa os R$21 bilhões, valor 52% superior ao destinado ao campo em 2018.

Que os esforços realizados no Estado de São Paulo sejam perpetuados e replicados pelos gestores de outros Estados e, sobretudo, no âmbito federal. Como mãe de duas meninas, desejo que tenhamos cada vez mais mulheres cientistas na liderança para que elas possam ser fonte de inspiração. Certa­mente, este é o desejo de todas as mulheres brasileiras que so­nham com um Brasil mais justo, próspero, inclusivo e inovador.

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