Fatos históricos costumam ser carregados de lições e experiência. No momento em que acontecem nem parecem tanto, mas o decorrer do tempo cuida de assinalar na história as relevantes ações de homens que ocupam o poder por determinados períodos. Na maioria dos casos, os fatos históricos são também uma demonstração de coragem de quem os protagoniza.
Um dos exemplos mais claros de coragem e oportunidade ocorreu há exatos 195 anos, quando D. Pedro I proclamou a independência do Brasil, quando Portugal pretendia manter o país sob seu poder. O líder enfrentou a coroa portuguesa e decidiu pelo que considerou justo. E não mais fácil.
Hoje o Brasil pode comemorar a liberdade de seus cidadãos, a independência conquistada há quase 200 anos e o desenvolvimento que foi impulsionado pelo ato heroico e histórico. E pela forma como ocorreu, deve ser encarado como grande exemplo inclusive nos dias de hoje.
Outros fatos políticos de grande importância ocorreram nestes quase 200 anos que separa a República de hoje do Império de 1822, como a Proclamação da República e as várias fases políticas vividas pelo País. Mas nenhum equivalente em grau de importância e repercussão.
Porque a independência não foi um ato político isolado. Foi um acontecimento que modificou o comportamento das pessoas e forma de pensar de intelectuais da época. E, claro, provocou medidas paralelas em outros locais do mundo. E foi além. Porque incentivou a liberdade. Inspirou movimentos democráticos e muita reflexão.
É por isso que o ato daquele tempo ainda ecoa com vibração para quem preza a democracia. E ainda deve ser motivo de reflexão de quem tem o dever de tomar decisões. Deve ser visto como algo que mostre a importância de decidir de forma justa, independente de consequências futuras.
E não é apenas para que o autor da decisão entre para a história. Nem para que seja reconhecido, mas para que a medida tomada possa beneficiar o maior número de pessoas possível. E se for o caso de algum prejuízo, que ele seja pequeno, de pouco significado. E também deve servir para o conhecimento de futuras gerações como algo a ser perpetuado.
É bastante provável que D. Pedro I nem tenha tido, na época, a exata dimensão do que seu ato desencadearia no Brasil e no mundo, mas decidiu. É justamente aí que nasce o incentivo à reflexão. Pode nem ser tão relevante no momento presente, mas a história saberá medir a importância de qualquer ato realizado.
Por isso é preciso decidir com consciência, respeito, serenidade e coragem. Mesmo que a incompreensão seja uma realidade imediata e provoque reações de descontentamento. O tempo cuidará de fazer justiça.