Tribuna Ribeirão
Política

Licitação da energia fotovoltaica fracassa

Câmara de RP - Foto JF Pimenta/Arquivo

Pela segunda vez, fracas­sou a licitação aberta pela Câ­mara de Ribeirão Preto para elaboração de projeto executi­vo com o objetivo de instalar painéis de energia fotovoltaica nos dois prédios do Legislati­vo, o Palácio Antônio Macha­do Sant’Anna (principal) e o Edifício Jornalista José Wilson Toni (anexo). O motivo é o mesmo que resultou no cance­lamento do primeiro certame: as duas empresas participantes não apresentaram toda a docu­mentação exigida.

Um processo licitatório é considerado fracassado quan­do nenhum dos concorrentes entrega toda a documenta­ção exigida pelo edital. Duas empresas participaram do segundo certame e três esta­vam na primeira licitação. O prazo para apresentação de recurso é de cinco dias úteis – termina na próxima terça­-feira, 9 de novembro.

Com o fracasso duplo da licitação, o Legislativo de Ri­beirão Preto poderá realizar cotação no mercado e contra­tar uma empresa pelo menor preço para realizar o projeto executivo. A Lei de licitações (nº 8.666/1993) permite este tipo de contratação quando, “por motivo alheio à vontade do licitante, não é possível a re­alização do processo”.

O custo estimado desta lici­tação é de R$ 42.440,61. O pro­jeto executivo deverá conter todos os detalhes necessários para a substituição do sistema de energia nos dois prédios do Legislativo: o principal e o anexo. A previsão de investi­mento é de aproximadamen­te R$ 1,5 milhão para implan­tação do sistema.

No prédio anexo, por ser novo, as placas fotovoltaicas serão instaladas sobre a co­bertura. Já no Palácio Antônio Machado Sant’Anna, por ser antigo, será realizado um es­tudo para verificar se tem ca­pacidade para suportar o peso das placas. Caso seja constata­do que não, os equipamentos serão instalados sobre os dois estacionamentos da Câmara – principal e lateral – e servirão como uma espécie de cobertu­ra para os veículos.

Atualmente, a Câmara de Ribeirão Preto gasta com ener­gia elétrica cerca de R$ 1,2 mi­lhão por ano. O investimento será quitado em cerca de 15 meses. “Estudos mostram que, em 20 anos contados a partir da implantação do sistema, o Legislativo economizará cer­ca de R$ 30 milhões”, afirma o presidente do Legislativo, Alessandro Maraca (MDB).

Um levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aponta um au­mento de 108,8% no número de instalações de energia foto­voltaica no primeiro semestre em Ribeirão Preto. De acordo com a reguladora do setor, fo­ram 965 novos pontos de gera­ção de janeiro a junho, diante de 462 no mesmo período do ano passado.

Segundo empresários do setor, o aumento está relacio­nado a uma maior demanda por energia elétrica na pan­demia, quando as famílias ficaram mais tempo em casa, além de ser um reflexo da ele­vação nas tarifas das conces­sionárias e da crise hídrica, incentivando mais pessoas a buscar fontes alternativas.

Projeto
Projeto de lei protocolado na Câmara de Vereadores pre­tende obrigar a prefeitura de Ribeirão Preto a instalar, em futuras edificações da admi­nistração direta (secretárias) e também da indireta (autar­quias, fundações, institutos), sistema de captação de energia solar, ou fotovoltaica.

Segundo a autora Judetti Zilli (PT, Coletivo Popular), a proposta quer criar uma pla­taforma para implantação de fonte de energia renovável no município. O sistema de foto­voltaico baseia-se na utilização de painéis que captam a luz do Sol e geram energia elétrica.

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