A Comissão de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Pessoa com Deficiência da Câmara de Ribeirão Preto não disponibilizou intérprete de Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) para o público surdo mudo em uma reunião na noite desta segunda-feira, 4 de abril, e acabou criando um imbróglio com os convidados que debateriam a educação especial na cidade, principalmente projetos de inclusão para portadores de deficiência.
Sem intérprete, as cerca de 50 pessoas que estavam no plenário da Câmara ficaram indignadas, já que vários deficientes auditivos presentes ao local não teriam como participar do evento. A reunião acabou cancelada. O secretário municipal da Educação, Felipe Elias Miguel, que seria questionado sobre as ações inclusivas nas escolas municipais para este público, foi embora sem ser ouvido.
O grupo de trabalho responsável pela reunião é composto pelo presidente Ramon Faustino (PSOL, Coletivo Todas as Vozes), pelo vice Bertinho Scandiuzzi (PSDB) e por Paulo Modas (PSL). Ao Tribuna, Ramon Faustino afirmou que a Câmara não tem em seu contrato com a empresa que presta o serviço de Libras a previsão deste serviço para reuniões que não sejam sessões parlamentares.
Diz que entende a indignação das pessoas e que a comissão buscará uma forma de custear um profissional quando realizar reuniões. Também vai propor que o contrato da Câmara disponibilize o serviço. O Legislativo de Ribeirão Preto tem intérpretes apenas para as sessões ordinárias e extraordinárias, prestado de forma online por uma empresa de São Paulo.