A Agência de Transporte de São Paulo (Artesp) recebeu 252 contribuições na consulta pública para a concessão de 22 aeroportos regionais do Estado de São Paulo, entre eles, o Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto. A consulta, que permaneceu aberta de 20 de abril a 26 de maio, contou com a participação de 31 autores, entre os quais autoridades públicas, empresas e investidores, representantes da sociedade civil e associações de classe.
Os temas que despertaram mais interesse foram sobre o detalhamento da ampliação dos aeroportos, os novos investimentos e caracterização do projeto. Todas as contribuições serão estudadas e avaliadas durante a fase de ajustes que ocorre nos próximos 120 dias. A previsão é de que a publicação do edital ocorra até o final do mês de agosto e o leilão seja realizado em dezembro deste ano.
Apresentada em audiência pública virtual no dia 12 de maio a concessão à gestão da iniciativa privada prevê a prestação dos serviços públicos de operação, manutenção, exploração e ampliação da infraestrutura aeroportuária estadual, que está atualmente sob gestão e operação do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo). A Artesp será a contratante e reguladora do contrato de concessão.
Poderão participar da licitação empresas nacionais ou estrangeiras, consórcios, instituições financeiras e fundos de investimentos. E, além de apresentar a melhor proposta de outorga fixa, o vencedor terá de comprovar qualificação técnica em gestão aeroportuária, seja da própria empresa ou consórcio, ou de pessoas de sua equipe ou mesmo por meio de subcontratação qualificada.
“O projeto de concessão dos aeroportos terá grande relevância com a retomada da economia. Trará expressivos investimentos para cada uma das unidades e desenvolvimento para as regiões e o Estado”, afirma o secretário de Logítica e Transporte, João Octaviano Neto. “Mesmo com esse período de pandemia, todo o andamento e etapas do processo estão sendo muito bem-sucedidas”, diz Renata Dantas, diretora geral interina da Artesp.
“Realizamos uma audiência pública virtual, até então um formato totalmente inusitado, e concluímos a consulta pública de forma exemplar, com contribuições bastante significativas e consistentes que serão valiosas para a fase de ajustes do projeto”, emenda. A concessão tem modelo de concorrência internacional e prazo de operação de trinta anos. O contrato prevê modelo de remuneração tarifária e não tarifária por meio da exploração de receitas acessórias, como as resultantes de aluguéis de hangares, restaurantes e estacionamento.
Serão vencedores de cada um dos lotes os concorrentes que apresentarem a maior oferta de outorga fixa. O concessionário vencedor deve fazer investimentos obrigatórios nos aeroportos já na primeira fase da concessão, nos primeiros três anos. Os demais investimentos na modernização e ampliação da infraestrutura estão previstos ao longo do período contratual.
Dos 22 aeroportos – nove deles com serviços de aviação comercial regular e 13 destinados à modalidade executiva – estão divididos em dois lotes no processo de licitação internacional. Juntos, os dois grupos movimentam atualmente 2,4 milhões de passageiros por ano, considerando embarques e desembarques. Estimativas técnicas apontam para crescimento de mais de 230% no movimento dessas unidades aeroportuárias durante o período de concessão, ultrapassando os oito milhões de passageiros ano ao final do período.
O Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto, está no Grupo Sudeste. Já está habilitado para receber voos internacionais de carga desde 2002, mas a extensão da pista não permite pouso e decolagens de aviões cargueiros. A proposta prevê investimentos de R$ 700 milhões entre obras e operação pela iniciativa privadas, além de geração de cerca de R$ 600 milhões em impostos para municípios e União, ao longo de 30 anos de concessão.
Grupo Sudeste
O lote é composto por nove unidades, cuja principal é a de Ribeirão Preto. Também são aeroportos comerciais nesse grupo os de Marília, Bauru, Araraquara e Franca. Já os de aviação executiva são os de São Carlos, Sorocaba, Guaratinguetá e Registro. O Noroeste é composto por 13 unidades, encabeçada por São José do Rio Preto – Barretos está neste lote.
Licitação
Poderão participar da licitação empresas nacionais ou estrangeiras, consórcios, instituições financeiras e fundos de investimentos. E, além de apresentar a melhor proposta de outorga fixa, o vencedor terá de comprovar qualificação técnica em gestão aeroportuária, seja da própria empresa ou consórcio, ou de pessoas de sua equipe ou mesmo por meio de subcontratação qualificada.