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Leilão do Hotel Brasil fracassa

JF PIMENTA/ARQUIVO

O segundo leilão do prédio do antigo Hotel Brasil, localiza­do na esquina da avenida Jerôni­mo Gonçalves com a rua Gene­ral Osório, na região da Baixada, Centro Velho de Ribeirão Preto, atraiu interessados no certame desta terça-feira, 6 de junho, mas fracassou novamente.

Segundo a empresa Sandra Leilões, responsável pelo certa­me, houve interessados na aqui­sição, mas nenhum ofereceu lance por considerarem o valor do imóvel alto demais. Na pri­meira tentativa de venda, no dia 16 de maio, ninguém deu o lan­ce mínimo de 100% para o imó­vel avaliado em R$ 9.235.540,20.

Na segunda tentativa, nes­ta terça-feira, o lance míni­mo era de 60%, ou seja, R$ 5.541.324,10, mas também não houve propostas. Agora, a em­presa leiloeira vai comunicar a Vara da Fazenda Pública e Au­tarquias Estaduais da Comar­ca de Juiz de Fora, em Minas Gerais, para depois sugerir um novo certame com redução do percentual mínimo de lance.

O objetivo é obter o paga­mento de dívidas tributárias do Grupo Maurício Marcon­des e da Drogavida Comercial de Drogas Ltda., pertencente ao empresário, falecido em 20 de fevereiro de 2016. A hol­ding é proprietária do Drogão Super, uma rede farmacêutica composta por mais de 70 dro­garias espalhadas por todo o interior de São Paulo.

Tem unidades em cidades como Franca, Campinas, Arara­quara e Santos, além de Ribeirão Preto, e também em outros esta­dos. Outros quatro imóveis do grupo também seriam leiloados, mas não atraíram interessados. Ficam na região Central de Ri­beirão Preto e na avenida Nove de Julho, na Zona Sul.

No total, estão avaliados em R$ 22,8 milhões. O presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac), Lucas Gabriel Pereira, defende a desapropriação do antigo Ho­tel Brasil, conforme informou no ano passado. Propõe que, depois de passar por processo de restauração, o imóvel seja transformado pela prefeitura de Ribeirão Preto em um museu e centro cultural.

A sugestão consta de ofício encaminhado para a Secreta­ria Municipal de Cultura e Tu­rismo em 20 de setembro. No documento, o presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural dizia que a desapropriação seria possível porque o grupo proprietário do imóvel teria débitos com a Se­cretaria da Fazenda e Planeja­mento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

A holding M. Marcondes é a proprietária e gestora da Droga­vida. Segundo o Conppac, o va­lor do débito do grupo era de R$ 3.691.157.723,99 em setembro do no passado. Segundo o presiden­te do Conppac, a Justiça decretou a indisponibilidade dos bens da holding para garantia dos débitos judiciais da Drogavida.

Defesa
Porém, quando o suposto débito estava na casa dos R$ 5 bilhões, o grupo disse à impren­sa que o caso estava sub judice. A holding acionou a Justiça contra o Estado de São Paulo. Constru­ído em 1921, o antigo Hotel Bra­sil foi tombado pelo Conppac 70 anos depois, em agosto de 1991.

Está desativado e abando­nado há 30 anos. Segundo o departamento jurídico da em­presa leiloeira, os certames só não acontecerão caso o Grupo Maurício Marcondes consiga reverter a decisão na Justiça de Minas Gerais. O Tribuna tentou localizar os donos dos imóveis, sem sucesso.

História
Conhecido por ter hospe­dado autoridades políticas e times de futebol como o Boca Juniors e River Plate, da Argen­tina, e Vasco da Gama, entre os anos 1930 e 1955 – de acordo com informações do Arquivo Histórico Municipal –, o imóvel pertence ao empresário Maurí­cio Marcondes de Oliveira. A prefeitura também não se ma­nifestou sobre o assunto.

Atualmente, a estrutura apresenta portas e janelas que­bradas, além do teto danificado. Desde a desativação do hotel foram realizadas várias tentati­vas para a ocupação do espaço. Entretanto, nenhuma delas deu resultado. A mais recente, acon­teceu em 2010, quando a pre­feitura de Ribeirão Preto tentou realizar uma permuta com os proprietários e instalar um cen­tro cultural no local.

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