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Lei da publicidade no transporte ‘estaciona’

Mais de um ano após ter sido sancionada pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB), a lei municipal número 14.704, que autoriza as empresas do Con­sórcio PróUrbano e motoristas de táxi a divulgar anúncios pu­blicitários nos veículos, ainda não saiu do papel.

Sancionada e publicada no Diário Oficial do Municí­pio (DOM) de 22 de junho do ano passado, a legislação al­terou a Lei Cidade Limpa (nº 12.730/20212), mas não foi regulamentada pela prefeitura, apesar da urgência requerida pelo Executivo quando da apre­sentação do projeto para análise dos vereadores.

Desde maio
A proposta foi aprovada na Câmara de Vereadores por 17 votos a favor e três contra, em 26 de maio. A Lei Cidade Lim­pa ordena a paisagem visual no município e está em vigor desde 2012, último ano da primeira gestão da ex-prefeita Dárcy Vera.

Questionada pelo Tribuna sobre os motivos da lei ainda não ter sido regulamentada, a prefeitura respondeu, por meio de nota, que “a publicidade nos táxis será regulamentada em breve”. Em relação aos ônibus, afirma que “as receitas acessórias do transporte coletivo urbano são da prefeitura e serão utiliza­das no pagamento do subsídio dado ao Consórcio PróUrbano.

“Estudos estão sendo rea­lizados para o melhor mode­lo de contratação”, diz o texto. Em outubro do ano passado, a prefeitura fez declaração seme­lhante quando questionada pelo Tribuna pela demora na regula­mentação. Em junho deste ano a prefeitura começou oficialmente a subsidiar o déficit do transpor­te coletivo urbano.

No dia 8 do mês passado, a administração Duarte No­gueira fez o primeiro repasse para o Consórcio PróUrbano. O subsídio será de R$ 2,09 por passageiro transportado – nú­mero de vezes em que a catraca rodar. A tarifa de ônibus custa R$ 5,00 atualmente, mas subi­ria para R$ 7,09 sem o socorro do município.

Renda extra
A prefeitura de Ribeirão Pre­to argumenta que a liberação da publicidade nos táxis pro­piciará um potencial aumento de renda para os motoristas. Ressalta que eles poderão ob­ter renda extra com a venda de anúncios em seus veículos. Porém, a categoria está cautelosa por causa de taxas e impostos, segundo uma fonte do Tribuna.

Ônibus
Já em relação aos ônibus, a prefeitura diz que a liberação da publicidade em ônibus reduziria a pressão sobre a tarifa de trans­porte público de passageiros à medida em que aumentaria as possibilidades de receitas acessó­rias do grupo concessionário.

Ribeirão Preto tem atual­mente 379 taxistas credencia­dos, 161 motoristas auxiliares, 38 pontos de estacionamentos e 13 extensões (local de estacio­namento auxiliar subordinado a um ponto), segundo dados mais recentes da Transerp, responsá­vel pelas permissões.

O Consórcio PróUrbano é o grupo concessionário do trans­porte coletivo em Ribeirão Pre­to, formado por Rápido D’Oeste (50%) e Transcorp (50%). Ad­ministra uma frota de 352 veí­culos que operam 119 linhas em todos os bairros da cidade.

Com a regulamentação, via publicação no Diário Oficial do Município (DOM), a prefeitura definirá o formato da publicida­de – tamanho, tipo, produtos e serviços que poderão ser anun­ciados no transporte sob conces­são do município e administra­do pela Transerp.

Tarifa de ônibus
Em 16 de fevereiro, o valor da passagem de ônibus foi re­ajustado em 19%. A tarifa do transporte coletivo urbano sal­tou de R$ 4,20 para R$ 5, acrés­cimo de R$ 0,80, mas um relató­rio sobre o equilíbrio econômico financeiro diz que deveria custar R$ 7,09 para evitar o crescimen­to do déficit do setor.

Táxi
As viagens de táxi em Ri­beirão Preto ficaram mais ca­ras em abril do ano passado. O reajuste ficou entre 25% e 40% na chamada “programa­ção taximétrica”. A bandeirada inicial foi mantida em R$ 5,00, assim como o valor da baga­gem – volume extra acima de 60 centímetros de comprimen­to –, que continua em R$ 1,00. A tarifa normal do quilômetro rodado na bandeira 1 passou de R$ 2,25 para R$ 3,15.

O aumento foi de 40%, acréscimo de R$ 0,90. Já a ban­deira 2, cobrada das 18 horas às seis da manhã, sábados a partir do meio-dia e domingos e feria­dos, subiu de R$ 3,20 para R$ 4,00, reajuste de 25% e aporte de R$ 0,80. O preço para a hora parada passou de R$ 32 para R$ 40. São R$ 8,00 a mais, mesmo percentual da tarifa especial.

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