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Política

Legislativo pode convocar Abboud

ALFREDO RISK/ARQUIVO

A Câmara de Vereadores pode convocar o secretário municipal de Governo, An­tônio Daas Abboud, para prestar esclarecimentos so­bre o processo judicial que a prefeitura de Ribeirão Preto move contra ele. Projeto de resolução da Mesa Diretora que prevê a convocação está na pauta de votação desta ter­ça-feira, 10 de agosto.

O pedido de convocação foi protocolado no Legisla­tivo em 15 de abril, a partir de requerimento de Jean Corauci (PSB). No mesmo mês, a juíza Luísa Helena Carvalho Pita, da 2ª Vara da Fazenda Pública, aceitou denúncia da própria prefei­tura de Ribeirão Preto contra o atual secretário de Governo da administração Duarte No­gueira (PSDB).

Antônio Daas Abboud é alvo de uma ação que tem como objeto a dispensa de li­citação na reforma do Centro de Educação Infantil (CEI) Ana Maria Chúfalo, no Jardim Roberto Benedetti, o popu­lar “Jardim dos Bancários”, na Zona Leste da cidade, em 2018.

Até o final da primeira ges­tão de Duarte Nogueira (2017- 2020), Daas Abboud era secre­tário adjunto da Casa Civil. No começo do atual mandato tu­cano (2021-2024), o segundo consecutivo, foi nomeado se­cretário de Governo. Na épo­ca, ele também acumulava a função de diretor administra­tivo da Secretaria Municipal da Educação, administrada então pela professora Luciana Rodri­gues, também alvo da ação.

Na ação, o município argu­menta que a dispensa de licita­ção para obras de readequação elétrica na escola aconteceu de forma “totalmente sigilosa”, com ausência de “qualquer controle interno e externo”, o que foi considerado pelos pro­curadores do município “ofen­sa grave à publicidade”. A pre­feitura cobra o ressarcimento dos valores gastos na obra – aproximadamente R$ 49 mil.

A ação cita o relatório técni­co do Centro de Apoio Opera­cional à Execução do Ministério Público de São Paulo (MPSP) que, em 2010, durante o governo da ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido), solicitou a reforma e adequação da parte elétrica e hidráulica. Entretanto, as obras não foram realizadas.

Seis meses antes da refor­ma, uma vistoria preventiva do Corpo de Bombeiros na uni­dade de ensino já havia apon­tado os problemas. O municí­pio afirma que o tempo seria suficiente para realizar a lici­tação para reforma. Na ação, a defesa do secretário afirma que o caso não pode prosperar porque as alegações da prefei­tura não apontam quais seriam as condutas diretas e objetivas praticadas por ele.

Segundo a juíza Luísa Hele­na Carvalho Pita, os citados no processo “não apresentaram provas cabais da regularidade da dispensa de licitação ou da ausência de culpa na ação por improbidade administrativa”. A defesa de Daas Abboud afirma que a ação não pode prosperar porque as alega­ções da prefeitura não apon­tam quais seriam as condutas diretas e objetivas praticadas por ele no caso.

A Secretaria Municipal de Governo disse por intermé­dio de nota enviada á reda­ção do jornal Tribuna que o secretário da pasta continua acompanhando a tramitação do processo e quando citado pela Justiça de Ribeirão Preto irá apresentar os argumentos necessários para comprovar a lisura da contratação.

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