Tribuna Ribeirão
Política

Legislativo aprova leis de proteção à mulher

ALFREDO RISK

A Câmara de Vereadores aprovou na sessão desta ter­ça-feira, 19 de novembro, por unanimidade – 27 votos a favor –, o projeto de lei do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) que obriga o agressor de mulher a ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS) os custos hospita­lares relacionados aos serviços prestados às vítimas de violência doméstica e familiar.

Na mesma linha e em de­fesa das mulheres vitimizadas, os vereadores também aprova­ram projeto do presidente do Legislativo, Lincoln Fernandes (PDT), que prioriza a matrícula ou transferência nas escolas mu­nicipais de crianças vitimas de violência doméstica ou daquelas cujas mães também sofreram este tipo de agressão.

A proposta considera como violência doméstica as de na­tureza física, psicológica ou se­xual tipificadas pela lei federal 11.340 de 2016. Também estão incluídas no projeto de lei as crianças em que a mãe tenha a guarda provisória ou definitiva estabelecida pela Justiça. Já a proposta de Nogueira é neces­sária para a adequação do mu­nicípio à legislação federal so­bre o assunto, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) em 17 de setembro.

O projeto havia sido aprova­do em 21 de agosto pela Câmara dos Deputados e prevê “que o agressor que, por ação ou omis­são, causar lesão, violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial à mulher, será obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive os custos do SUS envolvidos com os serviços de saúde prestados para o total tratamento das ví­timas em situação de violência doméstica e familiar.”

Pela nova legislação federal, o dinheiro arrecadado irá para o fundo de saúde do ente federado responsável pelas unidades que prestarem os serviços. Outras si­tuações de ressarcimento, como as de uso do abrigo pelas vítimas de violência doméstica e dispo­sitivos de monitoramento das pessoas amparadas por medidas protetivas, também terão seus custos ressarcidos pelo agressor.

Segundo a prefeitura de Ribeirão Preto, o projeto “não apenas reforça a proteção à mu­lher, objeto de outras iniciativas já promovidas pelo municipa­lidade, como visa desestimular os eventuais agressores, assim como promover o justo ressar­cimento dos custos dispendi­dos pelos serviços prestados no atendimento às vítimas”.

No caso do projeto de Lin­coln Fernandes, para ter di­reito preferencial será preciso apresentar, no ato da matrí­cula ou do pedido de trans­ferência, cópia do boletim de ocorrência (BO) e a intenção de representar judicialmente contra o suposto agressor.

Também deverá ter cópia de decisão judicial que con­cedeu medida protetiva para a criança ou para a mulher vitimizada. Todo o processo será feito em sigilo pela Se­cretaria Municipal da Educa­ção, sendo proibido qualquer divulgação – inclusive na es­cola – sobre os filhos ou da mulher vítima de violência que pedir este tipo de medida ao município. Agora o pro­jeto seguirá para sanção ou veto do prefeito Duarte No­gueira Júnior.

Dados da Secretaria Muni­cipal de Saúde (SMS) de Ribei­rão Preto revelam que, de 2008 a 2108, ou seja, nos últimos onze anos. 17.343 mulheres residentes na cidade foram víti­mas de violência. Este número diz respeito apenas aos casos notificados.

No ano passado, as ocor­rências cresceram 34,2% em relação a 2017, de 482 para 647, com 165 a mais. Porém, desde 2016, quando foram constata­das 896 denúncias, a incidên­cia desse tipo de violência vem caindo – entre 2008 e 2015, fe­chou todos os anos com mais de mil registros. A média anual é de 1.576 casos.

Somente em 2018 o Brasil registrou 180 casos de estupro e 720 agressões em contexto de violência doméstica por dia, se­gundo dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os números de estu­pro são os maiores desde 2009, ano de início da análise após uma alteração na abrangência da lei. Crianças e adolescentes são a maior parte das vítimas.

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