Tribuna Ribeirão
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Dúvidas de um jovem político
Há muitos anos passados, um jovem repórter foi eleito ve­reador com a maior votação proporcional de nossa cidade. Sempre acompanhou pelo jornal que trabalhava as sessões camaristas, a elaboração de projetos de lei, indicações e re­querimentos. Sabia que o requerimento obtinha retorno com resposta mais rápido, pois havia no Regimento Interno um prazo determinado para que houvesse a resposta, quinze dias. Caso o prefeito não desse satisfação ao legislador, ele poderia ser até cassado pelo Parlamento. Antes de colocar seu nome para compor o quadro que iria disputar as eleições ele se ga­baritou, aprendendo nos cursos de Helly Lopes Meirelles nos Congressos de Municípios em diversas oportunidades. Sabia quase toda a legislação daquela época e se julgava pronto para enfrentar a tribuna e os trabalhos da edilidade. Percor­reu todos os corredores da antiga Sociedade Recreativa e dos escaninhos daquele poder e principalmente tinha noção de “quem era quem” naquele “latifúndio”.

Sem assessoria, sem carro e sem subsídio
Tinha consciência de que não contaria com veículos para per­correr as ruas da cidade para atendimento aos munícipes e que deveria ir com um velho Volks 62 de seu pai, às suas cus­tas, para os bairros mais distantes. As moções, projetos etc. deveriam ser produzidas pelo próprio. Somente algumas mais elaboradas poderiam contar com a orientação dos mais anti­gos. Apenas dois carros antigos, que eram encostados pela Prefeitura, serviam aos vereadores da época. Dois motoristas se revezavam nas viagens que fossem estritamente necessá­rias de interesse do município. E quando viajavam havia de se fazer uma Comissão com vários assuntos a serem tratados nas “altas esferas”. Contam os vereadores daquele tempo os problemas causados pelos carros velhos, que paravam nas estradas sem qualquer motivo aparente. Até com chuva in­tensa. O motorista Bentinho é quem tinha um arsenal de fatos relativos a referidas viagens. O dinheiro era contado. Os hotéis eram de terceira categoria, limpinhos, porém mais baratos.

Sem subsídio
Afora todos os percalços da época comparando-se com os atuais tempos, os vereadores não tinham subsídios, vez que foram cortados pelo presidente Castelo Branco. Sem lanchi­nhos, sem outros extras, eles vestiam a camisa do Legislativo. E trabalhavam. Com vigor.

E agora, José?
Logo depois de eleito, o jovem repórter, e agora vereador, as­sumiu suas funções. Embora tivesse noção de todos os por­menores do trabalho de um representante popular, faltavam alguns itens mais relativos à sensibilidade política. Como dis­cutir, onde entrar com emendas, saber o que era importante ou não objetivar a produção qualitativa e não quantitativa, além de atender ao povo diretamente dos gabinetes. Logo nos primeiros dias, quando estava questionando aos funcionários de mais experiência, ele aproveitou o momento do cafezinho e meio mineiro perguntou: -“E agora, o que eu faço?” Todos riram como se soubessem a solução do enigma que fazia o jovem político ter pesadelos. “Você quer saber como proce­der para você ter bom resultado em seu trabalho. Verifique o que os dois mais velhos e matreiros vereadores fazem. Se eles pularem do 11º andar, pule junto. Nem antes e nem depois. Alguma coisa boa tem lá em baixo”. Não houve necessidade do ato extremo. Com paciência e persistência ele conseguiu os bons resultados que almejava. Deixou a política, pois ela mudou muito.

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