Tribuna Ribeirão
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Larga Brasa

Coragem de uma freirinha
Em Juritiquituba, uma cidade perdida no Oeste do país, ha­via um orfanato em que as meninas eram atendidas por va­rias freiras, dedicadas, solícitas e sempre prontas a ajudar as crianças e depois jovenzinhas em seus problemas e situações da própria idade. Tudo caminhava na paz, sem problemas, com os ricos e poderosos sempre a auxiliar aquele local de amparo e guarida daquelas meninas.

Freirinha corajosa
Eis que senão quando, naquela cidade em ebulição, chega uma freirinha da congregação que se responsabilizava pelo atendimento solidário. Em momento difícil para sustentação do abrigo e orfanato a recém-chegada se perguntou e também o fez para os demais: – “De onde vieram tantas crianças?” O que lhe foi falado deixou-a em estado de choque. As colegas que tiveram coragem de falar asseveraram que elas eram fi­lhas de empregadas de famílias classe alta e que quando os filhos engravidavam as domésticas, quando as crianças nas­ciam, fossem do sexo feminino, levavam para o lar. Ela ficou abismada. Logo uma outra colega lhe informou que em con­trapartida as famílias mandavam alguma ajuda para sustento da entidade.

A cidade não foi mais a mesma
A freirinha levantou o tapete da podridão da sociedade e em seguida pegou uma a uma das atendidas e as levou para cada casa onde as empregadas trabalhavam para que os filhos en­dinheirados tomassem conta das filhas que eram deles. Para muitas famílias havia chegado Lucifer vestindo hábito de freira. Foi um rebuliço. Os mais poderosos procuravam uma fórmula de vingança, para afastar aquela “intrusa” do meio da comunidade outrora calma e tranquila.

Na revolução
Naquela cidade e uma revolução polêmica ocorrida e em vaci­lo da ingênua freirinha enquadraram-na na Lei de Segurança Nacional e a mandaram para a cadeia com direito a torturas e outros abusos. Foi desterrada para outras plagas. O próprio Governo Federal reconheceu que houve excesso e foi um dos poucos casos em que aventou-se a hipótese de cancelar o ato do desterro em troca de um embaixador sequestrado. Ela não aceitou. Morreu há pouco tempo sem que ficassem esclareci­dos muitos atos de determinas pessoas que se passaram por guardiões da sociedade e da moral. O Lar fechou e a história se apagou. Pelo menos na memória daqueles que não queriam ser acusados pelos seus atos desumanos. Um dia a verdade será descoberta, além do que já foi publicado. A estátua da Praça XV ficará ruborizada.

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