Tribuna Ribeirão
Geral

Larga Brasa

Achados. Perdidos. Encontrados e desencontrados
Não muito antigamente, as emissoras de rádio AM eram o elo das famílias da comunidade. Quando a população necessitava dos préstimos dos locutores, jornalistas e outros funcionários das rádios tinham facilidade de se comunicarem com telefo­nes que estavam sempre à disposição. Não havia internet e nem outros tipos de contatos, a não ser em ocasiões excep­cionais os radioamadores (PY e PX) que prestavam favores inúmeros à população. Eram verdadeiros serviços de utilidade pública. Perda de documentos, ajuda solidária para algumas famílias mais necessitadas, aviso de possibilidade problemas meteorológicos, perigo nas estradas, acidentes, encontro de chaves, parentes desaparecidos, receitas de bolos, procura de namoradas e namorados (principalmente no dia de Santo An­tônio) e muito mais. Até procura de empregados e empregos.

Mais que empregada
Certa feita, em uma emissora de rádio, apareceu um cidadão boa pinta (paletó, gravata e bolsa tipo 007) para procurar uma assis­tente-secretária para todos os serviços. Com o anúncio feito, em época de desemprego muito grande, várias jovens apareceram. Aí ele entrava com a “lábia” e dizia que estava precisando encontrar uma noiva que o acompanhasse no serviço e na lida diária das ações do lar. Cama, mesa, roupa lavada e secretária. Dizia que iria pagar bem. Conseguiu algumas e ele escolheu a mais bonita.

Retorno à emissora
Transcorridos trinta dias, o referido cidadão, bem falante e bem trajado voltou à portaria da emissora que era a mais po­pular e mais ouvida. Voltou a solicitar o mesmo tipo de em­pregada. A senhorita da recepção tentou lhe perguntar sobre a outra que havia aparecido e ele não respondeu.

Outras vezes
Todo mês ele voltava e repetia a sua solicitação. Sempre apa­recia alguém que queria verificar o emprego e as conotações mais pessoais. Foram várias contratadas e demitidas depois de um mês. Em dado momento, uma delas mais corajosa te­lefonou para o programa mais ouvido da emissora e desmas­carou o cidadão de boa lábia. Com todas as letras ela desfiou o rosário dizendo que ele era um enganador e que queria se aproveitar das mulheres para cama, comida, sexo e roupa la­vada, prometendo casamento. No final do mês ele dizia que não dava certo por esta e por aquela razão. Muitas mulheres telefonaram em seguida para a emissora e confirmaram que também haviam sido vítimas do tal “empregador”. Uma delas, mais atinada para as soluções jurídicos legais, chamou todas para que se encontrarem em um escritório de advocacia do trabalho para uma ação coletiva contra referido cidadão.

As conjunções de artigos e parágrafos
Naquele tempo não havia tanto amparo para a mulher nos quesitos que ele abusava, mas o advogado engatou artigos e parágrafos da Justiça do Trabalho e emplacou uma ação em que todas elas foram convocadas. A casa do moçoilo era dele, estava em seu nome e registrada em Cartório. O cau­sídico conseguiu bloquear o imóvel e ele teve que pagá-las regiamente com todos os itens e agravantes. A parte do abuso sexual ficou por conta da Delegacia de Polícia, mas não teria dado em nada. Faltou representação. A mulher era intimidada pela sociedade. Nunca mais o cidadão boa pinta apareceu na emissora para encontrar empregada e nem para encontrar na­moradas no Dia de Santo Antônio. Dizem que levou uma surra das vítimas, depois da sentença da Justiça.

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