Governar é um ato de coragem
O político pode ter um ideal ou uma vontade de servir que se apaga diante das dificuldades ou das oportunidades. Muitos sempre possuem uma explicação para seus atos, por piores que possam parecer. De um lado, mostram os inimigos que sempre estão à socapa e a sorrelfa na expectativa de um erro intencional – ou não – para apontar o governante das mais diferentes esferas, exigindo o cadafalso para o inimigo, radicalmente.
Entrevista
Certa feita, entrevistei um político de expressão nacional sobre as acusações que era alvo por parte da imprensa e de seus opositores. Ele me respondeu que o sistema eleitoral exigia que ele arrastasse verbas (lícitas ou não) para o seu partido para mantê-lo vivo. Mostrava com números que suas empresas faturavam em um ano R$ 2,5 bilhões e com a idade que lhe abreviava a vida o cofre de sua riqueza (legal ou ilegalmente obtida) seria o túmulo e nos sete palmos nada lhe adiantariam os milhões de reais de suas fábricas ou dos fundos eleitorais.
Composição administrativa
Depois de eleito, o gestor não pode escolher o mais capaz, o de maior confiança. Necessita das Câmaras e de apoiadores nos mais diferentes escalões. Coloca assessores que poderão lhe causar dissabores e problemas futuros junto aos tribunais superiores sem que nada lhes aconteça, pois o responsável é o “cabeça”. Quando no final de mandato diz-se que o cafezinho é frio, o telefone toca e ninguém atende e a porta fica aberta pois não há interessado em falar com aquele que perdeu o poder.
Monitorando egos
Dentro da correria para tapar os “furos do barco”, vai tentando enfrentar as crises, muitas vezes motivadas por seus assessores e por legisladores não atendidos nas cidades e bairros em que os preitos pessoais não puderam ser concretizados por conta e ordem dos que cuidam das contas das diferentes esferas. Dizem, com razão, que na política “ciúmes de homem é pior que ciúmes de mulher”. Quem já viveu as duas situações garante que na política é pior. É a arte de administrar egos inflados.