Tribuna Ribeirão
Geral

Larga Brasa

Verde porque quero verde
Há muitos anos quando o Horto Municipal atendia às suas totais finalidades, época em que todas as escolas municipais e creches eram atendidas pelas frutas, legumes e verduras produzidas na­quele próprio municipal, havia a entrega que era realizada pelos veículos da Prefeitura nos mais diferentes pontos da cidade. O Horto Municipal produzia uma quantidade muito grande de pro­dutos extraídos de suas terras que abrangiam toda a região em que ele se situa, hoje um tanto desmilinguida.

Chefe produtivo e prestigiado
O chefe do local era sempre prestigiado e louvado por todos os políticos. Sempre, nas solenidades, lhe era reservado o me­lhor lugar, perto do Prefeito e das autoridades civis, militares e eclesiásticas, conforme o modelo da época.

Repórter inquieto
Um repórter inquieto da época ficou intrigado com o prestigio do “Homem do Horto”. Certo que ele era competente. Produzia além das verduras, legumes, etc, coelhos com o desenvolvimento da cunicultura, aliada a formação de horta e tudo o mais. No entanto a preocupação dos secretários, diretores e chefias era acima do normal. O repórter inquieto começou a pesquisar.

Surpresa no Horto
“Certo dia, plena madrugada, referido repórter aparece “do nada’ no Horto, exatamente na hora em que os funcionários preparavam as entregas para os órgãos municipais da Secretaria da Educa­ção e outras mais” secretas”. Ele pediu aos simples funcionários da lida da terra que entregassem a lista dos que iriam receber os belos produtos daquele prestigiado local. Flagrou a relação dos beneficiados. Secretários, chefes, e outros gabaritados “puxa sa­cos “ do prefeito da época estavam elencados, com especifica­ções. “Fulano de tal” deve receber todo o tipo de verdura, menos “chicória”. E continuava: “ O Secretario X não gosta de jiló”. Todos estavam devidamente nominados e suas especificações ficavam para a entrega diária dos hortifrutigranjeiros. A lista foi publicada no programa Larga Brasa. Comentário geral na cidade.

Gozação
Na rua os que não gostavam deste ou daquele produto eram chamados pelo nome da verdura ou do legume que detestava. “Ao passarem pela famosa “boca maldita” da Esquina da Úni­ca eram chamados: “Oi chicória!” “Fala couve manteiga.” “E aí jiló.” Com estas e outra ninguém mais quis receber as frutas , legumes e verduras do Horto Municipal. Os veganos estrela­dos perderam a “boquinha”.

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