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Jânio Quadros entrou vaiado e saiu nos braços do povo
Logo após a volta da democracia, pós 1964, Jânio da Silva Qua­dros que havia sido Presidente da República e renunciou, con­seguiu o direito de disputar o Governo do Estado de São Paulo pelo PTB. Era uma eleição diferente, onde o candidato a Gover­nador ficava vinculado aos candidatos a prefeito do partido a que pertenciam. O ex Presidente veio a Ribeirão Preto com sua esposa dona Eloá a quem ele adorava. Primeira viagem à região foi a Jaboticabal onde recebeu o título de cidadão.

Forças ocultas
Quando Jânio renunciou os jornais afirmavam que ele havia colocado a responsabilidade de seu ato no que se chamou de “forças ocultas”. Uma repórter chegou ao candidato e pergun­tou sobre tais “forças ocultas” e o fez de maneira tentando demonstrar proximidades. “O Jânio, você disse que as forças ocultas que motivaram sua saída da Presidência”. Sem pesta­nejar ele respondeu de forma rápida e ferina: “Minha senhora. Nunca o disse forças ocultas. Sempre denominei-as de forças terríveis. Para a senhora dirigir-se a um ex presidente deve chamá-lo de presidente ou pelo nome, sem proximidade. Pro­ximidade gera filhos e eu não os quero ter com a senhora Volte aos bancos escolares e estude história do Brasil. Depois a se­nhora volte e eu concederei entrevista. Agora, não.”

No Teatro Bassano Vacarini
Na Unaerp, Teatro Bassano Vaccarini os estudantes lotaram as suas poltronas. Quando o candidato chegou a vaia foi estrondo­sa. Jânio subiu ao palco e começou a reger os apupos. Quando um lado ficava mais fraco ele, tal como um maestro puxava para que houvesse mais vigor. João Mellão que escreveu um livro biográfico sobre o ex-presidente dizia ao colunista: “Trouxe vá­rios livros e não vou vender nenhum.” Depois de minutos de de­monstração de animosidade, os alunos ficaram menos agressi­vos. Jânio impostou a voz e falou alto: “Depois de os senhores exercerem o sacrossanto direito da vaia, permitam-me exercer o meu democrático da palavra.” Todos se calaram.

Como viajar sem gastar
Um jovem que se destacava nos apupos pegou o microfone e disse: “Jânio, você se diz pobre, como você sempre viaja para a Europa”. O ex-presidente fez uma pausa. E quando o silêncio tomou conta do teatro pediu um cigarro a quem o tivesse. Apareceram vários maços. Ele pegou um cigarro. Em seguida pediu um fósforo. Muitos apareceram para acender o cigarro que estava em sua boca. Nova­mente ele respondeu ao afoito estudante: “O senhor me pergunta sobre como vou em navio mercante para a Europa. Vou desta for­ma… pedindo.” Os estudantes o aplaudiram vivamente. Depois de contar todos os fatos de sua renuncia, saiu nos braços de todos das mais variadas vertentes partidárias. João Mellão vendeu todos os livros da biografia de Jânio da Silva Quadros.

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