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Histórias de Juritiquituba
Existe uma cidade em que tudo de ruim ou inversamente pro­porcional a que se espera é Juritiquituba. Uma cidade distante da nossa região e que ainda não consta no mapa, embora tenha milhares de habitantes, mais de seiscentos mil. Os fatos errados escolhem seus políticos e novos ricos que procuram nas regiões agrícolas locais para amealharem riquezas. Para estes tudo é vali­do se a garantia é juntar grana, dizem que muitos deles vendem as mães e não entregam. Outros vendem e não entregam.

Grilhagem de terra
Na prefeitura de Juritiquituba havia um funcionário pelas mãos do qual passavam os tributos pagos e os devidos e não pagos. Sabedor da localização de grandes áreas cujos tributos estavam inadimplentes (no linguajar de hoje) avisava a um “coronel” que já possuía muitas fazendas nas áreas mais cobiçadas do mapa o qual tinha um estratagema para aumentar seu patrimônio: arru­mava um pobre homem e sua família para ocupar um barraco “pau a pique” que assinava uma procuração em nome do ricaço como devendo o valor da casinha e da grande área de terra que ocupava. O pobre coitado tomava conta do patrimônio do grileiro enquanto ele tratava do trâmite do usucapião. Pagava os impostos e se dizia dono da área que ocupava. Tudo em nome do cidadão humilde. Terminada a ação com advogados contratados, ele pedia a casa ocupada pelo “inquilino’ em nome de quem tramitava a ação e o despachava para outros rincões ou até, dizia-se na cidade para o “Paraíso”“. Foi juntando ações e grilagens que alguns bairros fi­caram para o já proprietário de muitas fazendas. Ele era badalado pelos ricos e pelas autoridades de Juritiquituba.

A casa caiu
Certa vez um grupo de pessoas de bem resolveu acertar as contas com o milionário. Juntaram padres, advogados, médicos e assis­tentes sociais. Não deixando de chamar algumas freirinhas para o conforto espiritual dos pobres. Juntaram as pessoas que haviam sido prejudicadas pela ganância do ricaço e iniciaram um proces­so de reversão das ações de usucapião, que eles teimavam em di­zer que haviam sido vitimas de “usucampeão”. Enfrentaram todas as adversidades, acusados de comunistas etc. Todos trabalhavam conjuntamente para estudar as crianças, uma capelinha em uma casinha recebia as missas e outras liturgias da igreja. Os padres moravam no local e as assistentes sociais e as freiras orientavam os moradores de uma região que foi reocupada. Todos respeita­vam a hierarquia e aos seus vizinhos.

A ação devolve as terras
O advogado que trabalhou gratuitamente venceu no Judiciá­rio. Os juízes deram razão aos pobres homens que foram es­poliados em seus direitos. As terras foram devolvidas e todas com a papelada do Cartório legalizada. Foi uma festa na co­munidade solidaria. Esta ação foi a primeira de algumas ou­tras como a de um conjunto de casas em que dezenas de ha­bitações foram construídas sem qualquer infraestrutura e não foram entregues à população humilde. Era como se as casas tivessem caído de para quedas sem qualquer encanamento de água ou esgoto e muito menos de fios. O lixão era lançado próximo o que motivava doenças nas crianças dos que foram morar. Também venceram as ações na Justiça. Daí para dian­te os que tentavam se utilizar do instrumento legal do “usu­capião” tinham mais cuidado para não lesar família alguma. O rico fazendeiro perdeu um naco de suas terras, mas ficou ainda com muitos milhões. No entanto, não lhes trouxeram felicidades, por inúmeros motivos.

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